OMS recomenda exames antes de uso de vacina da Sanofi contra a dengue
De acordo com entidade, vacina precisa ser tratada de maneira mais segura, sendo utilizada exclusivamente em pessoas já infectadas
Reuters
Publicado em 19 de abril de 2018 às 18h38.
A Organização Mundial da Saúde ( OMS ) disse nesta quinta-feira que a vacina contra a dengue da Sanofi só deve ser utilizada após teste com os indivíduos para determinar se eles podem ter sido expostos à infecção anteriormente.
Após uma reunião de dois dias em Genebra, na Suíça, especialistas da agência da ONU recomendaram medidas adicionais de segurança para a medicação, vendida como Dengvaxia.
"Nós agora temos informações claras de que a vacina precisa ser tratada de maneira mais segura, sendo utilizada exclusivamente em pessoas já infectadas", disse a repórteres Alejandro Cravioto, chefe do Grupo de Especialistas em Aconselhamento Estratégico sobre imunização da OMS.
"É preciso que as pessoas sejam testadas por meio de um sistema que não está atualmente disponível, mas que nós sentimos que será desenvolvido nos próximos anos", disse ele.
A Sanofi disse em nota: "Nós estamos confiantes na segurança do Dengvaxia e seu potencial provado para reduzir o fardo da doença da dengue em países endêmicos."
A Sanofi disse também que "continuaria a trabalhar com a comunidade internacional de saúde pública e países endêmicos para garantir o melhor uso da vacina".
Após análise de dados, a Sanofi advertiu no último mês de novembro que a vacina poderia aumentar o risco de dengue severa em alguns casos em pessoas que nunca haviam sido expostas à doença.
A dengue é uma das doenças infecciosas de crescimento mais rápido do mundo, afetando centenas de milhões de pessoas em todo o planeta. A doença causa meio milhão de infecções potencialmente fatais e mata cerca de 20 mil pessoas, principalmente crianças, todos os anos.
A vacina da Sanofi, vendida sob a marca Dengvaxia e a primeira licenciada contra a dengue no mundo, está no centro de uma polêmica nas Filipinas, onde o governo suspendeu seu uso no ano passado em meio a generalizada preocupação de segurança.
Uma campanha de vacinação com a Dengvaxia também estava ocorrendo no Paraná.