Sede da OGX no centro do Rio de Janeiro: empresa não conseguiu financiamentos por conta da queda do preço do petróleo (Sérgio Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 27 de fevereiro de 2015 às 20h43.
Rio - A OGPar (ex-OGX, do empresário Eike Batista) informou, em comunicado oficial, que por conta da queda do preço do petróleo não conseguiu obter os financiamentos necessários para garantir o aumento da produção previsto no plano de desenvolvimento do campo de Tubarão Martelo, na Bacia de Campos.
O plano de desenvolvimento é um documento assinado com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no qual se responsabiliza com um compromisso mínimo de desenvolvimento da área.
"Caso o comportamento da produção no campo se mantenha dentro do padrão atual e as condições econômico-financeiras da Companhia, como por exemplo capital de giro para financiar a produção, permitam, estima-se para o ano de 2015 uma produção média diária de 8 mil barris de óleo, comparada com os 12,7 mil barris previstos conforme relatório de certificação de reservas elaborado pela DeGolyer and MacNaughton, disponibilizado em 13 de outubro de 2014", informou a empresa.
A companhia ressaltou que já vinha renegociando há tempo os custos de afretamento e operação de plataformas. A ANP havia concedido até o próximo dia 8 para reapresentar o plano de desenvolvimento do campo, depois de reprovar uma primeira versão em dezembro do ano passado. "A referida agência reguladora determinou que a OGX se manifeste sobre as medidas que serão tomadas para dar continuidade à operação no campo de Tubarão Martelo ao longo de 2015, a fim de evitar que os custos operacionais sejam superiores ao preço de venda, bem como sobre os investimentos que estão previstos no Programa Anual de Trabalho/Orçamento (PAT)", informou.
A petroleira contratou empresa especializada para elaborar uma previsão independente de produção do campo e, a partir desta estimativa, irá reavaliar a viabilidade econômica da continuidade da produção e dos investimentos de Tubarão Martelo, caso o preço do barril de petróleo se mantenha nos atuais níveis.
O conselho de direção e a diretoria "irão avaliar se as medidas de redução de custos implementadas ou em negociação serão suficientes para manter a continuidade da operação do campo e decidirão por sua manutenção, pela desativação temporária das instalações de produção ou pela devolução para a ANP".