Negócios

Odebrecht troca nome de empresa de bionergia

Buscando se desvincular dos esquemas de corrupção, a partir desta terça-feira, 12, a Odebrecht Agroindustrial passa a se chamar Atvos

Odebrecht: próxima a passar pela mudança de nome deve ser a Odebrecht Óleo e Gás (Carlos Jasso/Reuters)

Odebrecht: próxima a passar pela mudança de nome deve ser a Odebrecht Óleo e Gás (Carlos Jasso/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de dezembro de 2017 às 09h12.

São Paulo - Após Odebrecht Realizações Imobiliárias virar OR, agora é a vez da Odebrecht Agroindustrial mudar de nome.

A partir desta terça-feira, 12, a empresa de bioenergia passa a se chamar Atvos - marca escolhida num processo que durou três meses.

A medida faz parte de uma estratégia que o grupo criou para tentar desvincular o nome "Odebrecht" dos esquemas de corrupção deflagrados pela Operação Lava Jato. A próxima a passar pela mudança deve ser a Odebrecht Óleo e Gás.

O objetivo é criar condições atraentes para a entrada de novos investidores e abertura de capital das empresas. "

A mudança de nome segue o entendimento de que a Odebrecht quer ser uma holding e cada uma de suas empresas terá independência para fazer o melhor para o negócio", diz o presidente da Atvos, Luiz de Mendonça.

Fundada em 2007 como ETH Bioenergia, essa é a segunda troca de nome da empresa. Na primeira, em 2013, a situação era bem diferente.

O grupo vivia uma fase de forte expansão e tinha prestígio no mercado. Foi nesse ambiente que as companhias passaram a incorporar o nome Odebrecht em todas as atividades. Na época, a ETH foi batizada de Odebrecht Agroindustrial.

Renegociação

Mendonça garante que a reputação da agora Atvos foi mantida já que nenhum executivo foi questionado na Lava Jato. Além disso, a companhia passou por um processo de reestruturação da dívida no ano passado, que envolveu a capitalização pela Odebrecht S.A. de R$ 4,6 bilhões.

"Com isso, conseguimos alongar o endividamento que antes era de 3 anos para 13 anos e voltamos a ter capacidade de ser independente para gerir a dívida com a própria geração de caixa", diz.

Atualmente a empresa, que faturou R$ 4,4 bilhões na última safra, tem oito usinas em operação e mais de 11 mil empregados.

Tem capacidade para moer 36 milhões de toneladas de cana. Na safra 2016/2017, a empresa processou 28,3 milhões de toneladas.

"Somos o segundo maior produtor de etanol do Brasil e o maior de geração de energia com biomassa", afirma o presidente da empresa.

Segundo o executivo, as conversas com potenciais investidores já começaram e incluem tanto estrangeiros como grupos nacionais. Mas ele afirma que ainda não há nada concluído.

"Queremos um novo sócio para acelerar o processo de investimentos, que a companhia poderia fazer sozinha, mas de uma forma mais lenta."

Hoje, apesar de ainda ter capacidade de ampliar a produção, há necessidade de investir no campo. Na última safra, a empresa aplicou cerca de R$ 600 milhões especialmente na renovação dos canaviais. Além disso, a cada 5 ou 6 anos, é preciso renovar a frota.

Outro ponto importante, destaca Mendonça, é que a entrada de um novo sócio não exclui a possibilidade de abertura de capital da Atvos, o que pode ocorrer dentro de um prazo de dois anos.

A empresa já tem um assessor financeiro contratado para analisar alternativas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:CorrupçãoNovonor (ex-Odebrecht)Operação Lava Jato

Mais de Negócios

Sentimentos em dados: como a IA pode ajudar a entender e atender clientes?

Como formar líderes orientados ao propósito

Em Nova York, um musical que já faturou R$ 1 bilhão é a chave para retomada da Broadway

Empreendedor produz 2,5 mil garrafas de vinho por ano na cidade

Mais na Exame