Negócios

Odebrecht Transport vende controle na concessionária Ótima

Segundo fontes, a empresa RuasInvest, que já tem 17,65% da Ótima, vai pagar cerca de R$ 50 milhões pela participação de 58,7% da Odebrecht

Odebrecht: a empresa é responsável pela instalação e manutenção dos pontos de ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro (Mariana Bazo/Reuters)

Odebrecht: a empresa é responsável pela instalação e manutenção dos pontos de ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro (Mariana Bazo/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 4 de julho de 2017 às 08h57.

São Paulo - A Odebrecht Transport fechou a venda de sua participação na concessionária de mobiliário urbano Ótima para o grupo RuasInvest Participações, apurou o Estado.

A empresa é responsável pela instalação e manutenção dos pontos de ônibus em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de fazer a exploração comercial dos painéis publicitários instalados junto aos abrigos.

Em São Paulo, o contrato da empresa com a prefeitura envolve investimentos de R$ 636 milhões durante 25 anos de concessão. No Rio, a concessionária tem contrato para atender os pontos da área do Porto Maravilha por 15 anos.

Segundo fontes, a empresa RuasInvest - que já tem 17,65% da Ótima - vai pagar cerca de R$ 50 milhões pela participação de 58,7% da Odebrecht na concessionária. Com isso, o grupo passará a deter 76,35% da empresa.

As negociações para a venda da Ótima começaram no segundo semestre do ano passado. Com o envolvimento da Odebrecht na Operação Lava Jato e necessidade de fazer caixa para honrar outros compromissos, quase todos os ativos foram colocados à venda, especialmente aqueles que não fazem parte de seus negócios estratégicos, afirmou uma fonte próxima à empreiteira.

Durante esse tempo, a Ótima foi oferecida - sem sucesso - para alguns fundos de investimento e quase foi vendida para a multinacional francesa JC Decaux, responsável pelos relógios públicos em algumas cidades do Brasil, como São Paulo.

No entanto, a RuasInvest sempre teve o direito de preferência, ou seja, ainda que um outro comprador se interessasse, a empresa poderia intervir e comprar a participação.

O grupo é dono da Caio - Induscar, empresa do segmento de carrocerias para ônibus. Além disso, tem participação na concessionária da Linha 4 do Metrô de São Paulo; na concessionária Move São Paulo, responsável pela construção da Linha 6 de Metrô de São Paulo; e no Banco luso-brasileiro.

Agora, o grupo será controlador da Ótima ao lado dos acionistas Band (17,65%) e Kalitera (6%). A concessionária tem dívida de quase R$ 250 milhões e faturou cerca de R$ 150 milhões em 2016.

Neste ano, com a crise econômica, as receitas devemcair. Uma fonte a par do assunto afirma que a empresa ainda não está dando lucro, já que está em fase de realização de investimentos pesados.

A venda da concessionária já foi aprovada pelo Conselho de Administração da Odebrecht TransPort e está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Mas a expectativa é que não haja nenhum entrave na conclusão do negócio.

Ativos à venda

Além da Ótima, vários outros ativos da Odebrecht Transport estão sendo negociados no mercado. A canadense Brookfield, por exemplo, assinou contrato de exclusividade com a empresa para avaliar todos os ativos rodoviários, que somam 1.779 quilômetros de estradas.

Na concessionária RioGaleão, que administra o aeroporto do Rio, a participação da Odebrecht deve ficar com o grupo chinês HNA, sócio da Azul Linhas Aéreas. Na Embraport, terminal portuário em Santos, a expectativa é que sócia DP World fique com a fatia da empreiteira.

Procuradas, Odebrecht e RuasInvest não se manifestaram. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Acompanhe tudo sobre:Açõesacordos-empresariaisEmpresasNovonor (ex-Odebrecht)Transportes

Mais de Negócios

Gestão de performance: os 5 erros mais comuns e como evitá-los

Vender a casa e continuar morando nela? Startup capta R$ 100 milhões para acelerar essa ideia

Os bilionários que mais ganharam dinheiro em 2024

Número de bilionários cresce no Brasil; soma das fortunas supera 230 bilhões de dólares