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Odebrecht Peru pode ficar inadimplente após confisco de ativos

O grupo precisa fazer pagamentos de US$ 50 milhões no Peru em abril mas enfrenta "alto risco" de não poder fazer isso, dizem fontes

Odebrecht: a empresa também está impedida temporariamente de transferir dinheiro ao exterior e de receber recursos por vendas de ativos (Sebastian Castaneda/Reuters)

Odebrecht: a empresa também está impedida temporariamente de transferir dinheiro ao exterior e de receber recursos por vendas de ativos (Sebastian Castaneda/Reuters)

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Reuters

Publicado em 15 de março de 2017 às 18h54.

Lima - A unidade peruana da Odebrecht pode ficar inadimplente junto a credores e fornecedores a partir do próximo mês depois de um confisco de 30 milhões de dólares em ativos da empresa por autoridades, afirmou uma fonte da companhia.

O grupo brasileiro precisa fazer pagamentos de 50 milhões de dólares no Peru em abril mas enfrenta "alto risco" de não poder fazer isso porque não tem ativos líquidos, afirmou a fonte.

A Odebrecht não comentou o assunto.

O órgão tributário do Peru, Sunat, afirmou em comunicado que até agora confiscou cerca de 60 milhões de dólares em ativos da Odebrecht e de outras empreeiteiras brasileiras como parte de uma investigação de corrupção. As outras empreeiteiras incluem OAS e Queiroz Galvão.

A Odebrecht também está impedida temporariamente de transferir dinheiro ao exterior e de receber recursos por vendas de ativos por causa de uma nova legislação de combate a crimes de corrupção aprovada pelo presidente peruano, Pedro Pablo Kuczynski, no mês passado.

O decreto permite a Odebrecht transferir recursos de ativos congelados para pagar credores se o Ministério da Justiça aceitar, mas uma segunda fonte da companhia afirmou que o governo tem recusado permitir as transferências.

Representantes do ministério não comentaram o assunto de imediato.

Na semana passada, a Odebrecht alertou o governo de Kuczynski em uma carta em que afirma que as contas congeladas e ativos confiscados podem forçar a empresa a deixar de fazer pagamentos para credores locais e internacionais, além de fornecedores, disse a fonte.

A empresa pediu que seus imóveis ou ações em companhias sejam confiscados em vez dos ativos líquidos.

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