Negócios

Odebrecht anuncia encerramento de atividades no Itaquerão

A empresa pegou os dirigentes do Corinthians de surpresa, até porque ainda existem muitas coisas que precisam ser feitas no estádio


	Visão geral da Arena Corinthians, o Itaquerão
 (Friedemann Vogel/Getty Images)

Visão geral da Arena Corinthians, o Itaquerão (Friedemann Vogel/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de setembro de 2015 às 22h50.

São Paulo - A Odebrecht anunciou nesta quarta-feira que não vai mais fazer qualquer atividade no Itaquerão. A empresa pegou os dirigentes do clube de surpresa, até porque ainda existem muitas coisas que precisam ser feitas no estádio.

A reportagem esteve no local e não observou qualquer atividade ou operários trabalhando. "A Construtora Norberto Odebrecht desmobilizou o seu efetivo na Arena Corinthians [Itaquerão] e permanece no local apenas uma pequena equipe de empresas especializadas", avisou.

Em nota, a construtora oficializou sua saída.

"A Construtora Norberto Odebrecht (CNO) esclarece que concluirá hoje, dia 30 de setembro, as obras de acabamento do Centro de Convenções da Arena Corinthians, finalizando assim os trabalhos que ficaram dentro do valor contratual acordado com o Sport Club Corinthians Paulista, de R$ 985 milhões", registrou a empresa.

"O Escopo das obras foi estabelecido de comum acordo com o SCCP ao longo da construção, respeitando os ajustes ou modificações de especificações previstas no contrato e definidas pelo clube como aquelas necessárias para o pleno funcionamento da Arena, cuja aceitação vem sendo comprovada pela torcida e pelos sucessivos recordes de público."

Agora, clube e empresa vão discutir nos bastidores o que será feito para que o trabalho seja encerrado. Até no custo das obras que faltam ser feitas há divergências, pois estima-se que sejam necessários algo entre R$ 90 milhões e R$ 200 milhões.

Para a Odebrecht, todo dinheiro que foi acordado no valor contratual, de R$ 985 milhões, já foi gasto e por isso mesmo o trabalho está encerrado.

Em recente visita da reportagem, pôde-se perceber que muita coisa não foi feita em relação ao projeto original, como o memorial de troféus no prédio oeste, o paisagismo e o projeto visual no entorno do estádio, e até a instalação completa do painel de LED na fachada leste, que não funciona totalmente desde que um guindaste caiu na lateral da arena. Agora, o problema está estabelecido e não se sabe quem vai terminar a tarefa e pagar o restante da conta. Uma coisa é certa: não existe a possibilidade de devolução de dinheiro, pois por contrato a obra precisa ser terminada.

O Corinthians conta com um trabalho de acompanhamento do cumprimento do Projeto Arquitetônico, feito pelo escritório CDC Arquitetos. Anibal Coutinho, sócio do escritório, preferiu não comentar o assunto, mas ele foi um dos autores de um relatório de 165 páginas no qual aponta dezenas de itens que não foram entregues.

A cúpula do Corinthians tem em mãos esse dossiê e por isso mesmo sabe da gravidade da saída da Odebrecht neste momento.

Tanto que o clube divulgou uma nota oficial nesta quarta-feira.

"O Sport Club Corinthians Paulista informa que já possui contrato, desde dezembro de 2011, com as empresas de Arquitetura CDC e DDG, que inclui em seu objeto, o acompanhamento do cumprimento do Projeto Arquitetônico da Arena Corinthians até a entrega e aceitação do CAF (Certificado de Aceitação Final) da obra. O clube, naturalmente, está prestes a contratar empresa(s) especializadas(s) para a verificação do efetivo cumprimento do Contrato de Construção, no que se refere às demais áreas da obra. Não se pode ainda, falar em valores finais, o que seria pura especulação", disse.

Acompanhe tudo sobre:CorinthiansEmpresasEmpresas brasileirasEsportesEstádiosFutebolItaquerãoNovonor (ex-Odebrecht)

Mais de Negócios

Esta startup capta R$ 4 milhões para ajudar o varejo a parar de perder dinheiro

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados

30 franquias baratas a partir de R$ 4.900 com desconto na Black Friday

Ela transformou um podcast sobre namoro em um negócio de R$ 650 milhões