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O que são empresas B? Conheça o significado desse termo

Danone, Enel e Natura são algumas das signatárias de movimento que defende que os lucros precisam estar alinhados ao propósito

Pantys: com calcinhas absorventes menstruais reutilizáveis, companhia faz parte do rol de brasileiras entre as empresas B (Amaro/Divulgação)

Pantys: com calcinhas absorventes menstruais reutilizáveis, companhia faz parte do rol de brasileiras entre as empresas B (Amaro/Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de julho de 2022 às 15h56.

Última atualização em 11 de julho de 2022 às 17h25.

Com a enrascada climática na qual a humanidade se meteu ainda longe de ser resolvida, é sempre bom lembrar que um planeta B não existe. Mas pelo menos existem empresas B, aquelas comprometidas em construir um mundo melhor para a sociedade e para o planeta. 

Fazem parte de uma organização, o Sistema B International, que foi fundada em 2011 e hoje engloba mais de 4,5 mil companhias — de 153 setores — em 77 países. Quem tirou a entidade do papel foi a ONG B Lab, que atua nos Estados Unidos e no Canadá e saiu do papel em 2006.  

Empresas B no Brasil

No Brasil, o movimento desembarcou há oito anos e já reúne 206 empresas como a Natura, de cosméticos, Mãe Terra, de produtos naturais, e Pantys, de calcinhas absorventes. Juntas, essas empresas empregam mais de 34 mil pessoas e somam uma receita de R$ 109 bilhões por ano.

Elas estão agrupadas em cinco setores: agrícola (5%), manufatura (17%), serviços com pegada ecológica pequena (55%), serviços com pegada ecológica significativa (8%) e atacado e varejo (15%).

No ano passado, o braço verde-amarelo do Sistema B registrou o ingresso de 77 novas companhias, o que representa um crescimento de 25% em relação a 2020. O registro de 27 novatas, no entanto, ainda está pendente. 

“O ano de 2021 foi marcado pelas consequências de uma pandemia de saúde que se alastrou com danos não apenas na vida de milhares de brasileiros mas também com consequências graves como o aumento da desigualdade”, observa Francine Lemos, diretora-executiva do Sistema B Brasil.

Ela destaca ainda os desafios econômicos, políticos e ambientais que o país enfrenta. “Foi mais um ano de intensos desafios. E um ano que nos obrigou, mais uma vez, a olhar para a fragilidade do ser humano e do planeta. Vimos uma sociedade se encher de certezas e, ao mesmo tempo, perder as esperanças.”

O que é preciso para ser uma empresa B

Com sua rede global, a organização define padrões e políticas em prol do meio ambiente e da sociedade e oferece ferramentas e programas para que os negócios mudem sua forma de operar, sua cultura e a estrutura do capitalismo. A certificação concedida envolve o chamado impacto positivo. E ela propõe o seguinte: as empresas precisam medir e gerenciar seu impacto, para que ele seja sempre positivo e os lucros estejam alinhados ao propósito. 

Em outras palavras, o movimento defende que a frase “lucro acima de tudo” precisa ser substituída por essa: “lucro com impactos socioambientais positivos”. O desafio é sensibilizar e identificar empresas dispostas a entrar no ecossistema que concorda com a segunda frase e é favorável a uma economia inclusiva, equitativa e regenerativa. 

Uma empresa B deve se comprometer a ter altos padrões de gestão e transparência e gerar benefícios sociais e ambientais. A meta é deixar de ser uma companhia “do mundo” e virar uma “para o mundo”.  

(Arte/Exame)

Aquecimento global

Em relação ao meio ambiente, a COP26 deixou claro que mudanças em prol dele são urgentes. Impedir que o aquecimento passe de 1,5ºC  é essencial, assim como a busca pela neutralidade global de carbono.

Para isso, precisamos emitir uma quantidade menor do poluente em relação ao que retiramos da atmosfera. O adeus ao uso do carvão como combustível, a adoção de veículos elétricos, o combate ao desmatamento e o investimento em energias renováveis são outras medidas tidas como indispensáveis.  

“Estamos vivendo um tempo que requer o fortalecimento do nosso papel como movimento, como líderes e como rede”, salienta a diretora executiva do Sistema B Brasil. “Somos pessoas transformando outras pessoas e é essa teia de relações que vai criar as mudanças para um futuro diferente. A mudança é coletiva. Não iremos parar até que todas as empresas se comportem como empresas B.” 

Hering e Danone são duas das companhias que aderiram ao movimento recentemente. No Brasil há 50 anos, a segunda se reinventou para não virar só sinônimo de iogurte, mas também de nutrição, saúde, qualidade e inovação. Disposta a criar modelos mais saudáveis e sustentáveis para as pessoas e para o planeta, converteu-se em empresa B. Já a Hering concluiu que sua atuação não se resume ao mundo da moda e que ela também pode contribuir com o futuro do planeta. Que elas abram caminho para mais e mais empresas B.

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