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O que está por trás do sucesso dos marketplaces chineses

A ascensão dos marketplaces chineses é um fenômeno que reflete a adaptabilidade de um mercado em constante evolução, onde a conveniência e a eficiência são prioridade

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Agência

Publicado em 10 de abril de 2024 às 20h02.

Última atualização em 10 de abril de 2024 às 20h02.

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Os marketplaces têm revolucionado a maneira como as pessoas consomem produtos e serviços ao redor do mundo. Na China, essa revolução é ainda mais evidente, com plataformas de e-commerce transformando não apenas o varejo, mas também a cultura de consumo.

A ascensão dos marketplaces chineses é um fenômeno que reflete a adaptabilidade de um mercado em constante evolução, onde a conveniência e a eficiência são prioridade. Este sucesso não é por acaso; ele é o resultado de uma combinação de fatores estratégicos que incluem tecnologia de ponta, logística avançada e uma compreensão profunda das necessidades e desejos de seus consumidores.

A China é líder global em vendas online, e o já e-commerce ultrapassou a marca de vendas em lojas físicas. Utilizando tecnologias avançadas e estratégias de venda adaptadas ao consumidor final, os marketplaces chineses têm se destacado por oferecer uma variedade de serviços e produtos em uma única plataforma.

Um dos grandes diferenciais dos marketplaces chineses é a agilidade na entrega. Enquanto no Brasil o prazo médio de recebimento é de 11 dias, na China, esse prazo pode ser de horas, graças a parcerias estratégicas e investimentos em logística. Além disso, sistemas de pagamento móvel como AliPay e WeChat Pay facilitam transações financeiras dentro dos próprios aplicativos, aumentando a conveniência para o usuário.

Outro aspecto relevante é a integração dos marketplaces com as redes sociais e plataformas de streaming ao vivo, onde influenciadores digitais realizam vendas em tempo real, demonstrando produtos e interagindo com os consumidores. Essa estratégia de social commerce, tem se mostrado extremamente eficaz no país, criando um ecossistema de vendas atraente para o público chinês.

Compras coletivas e descontos agressivos são a chave do sucesso da Pinduoduo

Em setembro de 2015, a visão inovadora de Colin Huang, ex-engenheiro do Google, deu origem à Pinduoduo, que emergiu no cenário do comércio eletrônico chinês com a proposta de transformar a experiência de compras online, combinando compras em grupo e interações sociais. O modelo de negócios inovador da empresa incentiva os usuários a compartilhar produtos com suas redes, em troca de benefícios e descontos, o que reduz significativamente o custo de aquisição de novos clientes. Essa abordagem foi fundamental para que a Pinduoduo superasse o gigante Alibaba em termos de volume de usuários, tornando-se a líder em valor de mercado no setor de e-commerce na China em 2023.

A Pinduoduo não apenas ascendeu como uma das plataformas de e-commerce mais populares da China, mas também alcançou um impressionante GMV (Gross Merchandise Volume) de US$ 15 bilhões em um intervalo recorde de dois anos, um feito que Alibaba e JD.com levaram 5 e 10 anos, respectivamente, para realizar.

Impacto no varejo brasileiro

A Pinduoduo estreou no mercado internacional com a abertura da Temu, sua plataforma de vendas online sediada em Boston, Estados Unidos. Esse movimento é um marco importante para a empresa, que busca expandir seu modelo de negócios direto da fábrica para o consumidor (F2C) e conquistar uma fatia do mercado de e-commerce fora da China.

A Temu, que se assemelha a mercados online como AliExpress, Shopee e Shein, está se preparando para entrar no mercado brasileiro com a promessa revolucionar o mercado brasileiro de compras online. Com uma abordagem de marketing ousada, a Temu planeja lançar suas operações no Brasil ainda em 2024, com estratégias que incluem uma seleção diversificada de produtos a preços competitivos, entregas rápidas e uma interface de usuário intuitiva, visando estabelecer rapidamente uma presença significativa no país.

Além disso, a Temu tem investido pesadamente em publicidade, incluindo comerciais de alto custo durante eventos de grande visibilidade como o Super Bowl, e em estratégias de marketing através de influenciadores digitais.

O crescimento dos marketplaces chineses no Brasil tem acendido um alerta para os varejistas nacionais. A Shein, por exemplo, teve um crescimento superior a 40% no mercado brasileiro em 2023, conforme projeções do BTG Pactual. E segundo analistas do setor de varejo, o faturamento da varejista em 2023 alcançou a marca de mais de R$10 bilhões, próxima aos R$11,7 bilhões das lojas Renner em 2023. Esse cenário tem forçado os varejistas brasileiros a modernizarem suas estratégias, investindo em inteligência artificial, marketing de conteúdo e outras táticas para competir com os gigantes asiáticos.

Por: Daiane Mendes

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