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O que as empresas precisam fazer para atrair jovens trainees

Nada de altos salários. O que instiga profissionais recém-formados a quererem fazer parte do time de uma companhia é a sua cultura, diz pesquisa


	Trainees da Odebrecht:  valor que os jovens pesquisados mais admiram nas empresas é o reconhecimento
 (Divulgação)

Trainees da Odebrecht:  valor que os jovens pesquisados mais admiram nas empresas é o reconhecimento (Divulgação)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 14 de maio de 2014 às 16h48.

São Paulo - Para atrair jovens profissionais que querem ser trainee, as empresas precisam investir principalmente na comunicação de sua marca e cultura   e não nos altos salários iniciais. 

É o que diz a pesquisa "Trainee do Futuro 2014", realizada pela Seja Trainee, em parceria com a Page Talent. Entre novembro de 2013 e fevereiro deste ano, foram ouvidos mais de 1.060 candidatos, dos quais 813 foram finalistas de programas de talentos.  

Segundo o levantamento, na hora de escolher qual concurso disputar, os jovens observam primeiramente o nome da empresa e a força da marca (citados por 59% dos pesquisados), a identificação com a cultura da organização (56%) e a estrutura do programa (54%).

O segmento de atuação da companhia também é levado em conta por 47% dos ouvidos, seguido pela existência de um módulo internacional no projeto, apontada por 32%. A remuneração e os benefícios aparecem em último lugar entre os pontos decisivos, com 31% de citações. 

"É essencial para o jovem se identificar. As empresas precisam arrumar uma forma de transmitir sua cultura e imagem como empregadora de uma forma mais efetiva", afirma Kleber Piedade, coordenador de pesquisa da Seja Trainee. 

Para ele, essa comunicação pode ser eficiente quando a companhia desenvolve atividades e palestras em universidades ou quando abre suas sedes e rotina à visitação, por exemplo. 

"A produção de conteúdo (como entrevistas com trainees) para sites e veículos que são referência no mercado também funciona, além das páginas próprias sobre carreira em redes sociais e as feiras de recrutamento", diz. 

Valores

A pesquisa também questionou os candidatos sobre os valores organizacionais que eles mais admiram. Em primeiro lugar, vem o reconhecimento dos profissionais, apontado por 59%. Em segundo lugar, aparecem o bem-estar e a meritocracia, ambos citados por 54%; em terceiro, a ética (51%) e em quarto, a quailidade e a inovação (ambos com 50)%.

Os jovens elegeram ainda o empreendedorismo (42%), a flexibilidade (39%), a criatividade (35%) e a responsabilidade social (39%) como pontos importantes. 

Estrutura

Em relação à estrutura dos programas de trainee, a maioria (54%) dos pesquisados disse valorizar principalmente os processos de coaching e mentoring. Em seguida, vêm os treinamentos, citados por 44% deles; a rotação de atividades (40%) e o salário e benefícios (36%).

Também aparecem na lista as funções e projetos do trainee (34%), a posição que os jovens alcançam após o programa (32%), o módulo internacional (18%) e a proximidade com a liderança da empresa (16%).

"O candidato está mais interessado em desenvolvimento do que na remuneração, que é um benefício de curto prazo", avalia Kleber Piedade. 

Seleção

Em perguntas abertas, o trainees também falaram sobre como melhorariam os processos seletivos dos programas. Entre as respostas, destaca-se o desejo de que a empresa fosse apresentada "de cima para baixo", começando pelo "chão de fábrica". 

Além disso, eles sugeriram que os concursos fossem enxugados (alguns chegam a durar até quatro meses).

"Outro ponto principal é o feedback. Eles gostariam de saber melhor como se saíram em cada etapa da seleção e por que. Para isso, as empresas devem ter processos transparentes e cumprir as datas", afirma Piedade. 

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