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O que 5 montadoras fizeram para encarar o (difícil) semestre

Para baixar os estoques encalhados devido à fraca demanda no 1º semestre, empresas recorreram a demissões, suspensão de contratos e paradas técnicas

Vendas em queda (Germano Lüders/EXAME.com)

Luísa Melo

Publicado em 9 de agosto de 2015 às 15h19.

Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h36.

São Paulo - Em meio ao cenário econômico desafiador e à queda no consumo, empresas de diversos setores estão colocando o pé no freio. Investimentos reduzidos, cortes de custos e demissões são termos frequentes no noticiário atual. A indústria automobilística , entretanto, tem sido uma das mais afetadas pela crise. No semestre passado, as vendas de carros no país caíram 20,7% ante o mesmo período de 2014, segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Entre janeiro e junho, cerca de 7.600 trabalhadores do segmento perderam seus empregos, ainda de acordo com a organização. Nas fotos a seguir, veja dados que ilustram a (complicada) situação das grandes montadoras durante a primeira metade do ano e conheça as medidas que foram tomadas para tentar revertê-la.
  • 2. GM

    2 /7(Dado Galdieri/Bloomberg)

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    De janeiro a junho, a General Motors vendeu 171.069 carros no país, 27,5% menos do que havia conseguido emplacar no mesmo período do ano passado, segundo dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Só na matriz da montadora, em São Caetano do Sul, 1.386 pessoas foram desligadas e 1.527 funcionários tiveram seus contratos temporariamente suspensos (lay-off) durante o semestre, segundo o sindicato dos metalúrgicos da região. Além disso, nessa fábrica, 332 empregados aderiram ao programa de demissão voluntária proposto pela empresa. Na mesma planta, apenas no mês de junho, cerca de 5.500 funcionários foram afastados. Do dia ao dia 10 eles tiveram folga e, de 11 a 26 eles entraram em férias coletivas. O objetivo era baixar os estoques. No mesmo mês, a montadora colocou outros 6.200 trabalhadores em férias coletivas nas unidades de São José dos Campos (SP) e Gravataí (RS).  Apesar de tudo, a GM parece confiante na recuperação do mercado a longo prazo. Ela anunciou no começo de agosto que vai investir 6,5 bilhões de reais no desenvolvimento de uma nova linha de veículos que deve começar a ser produzida em 2019.  Procurada, a montadora não comentou os números.
  • 3. Volkswagen

    3 /7(Susana Gonzalez/Bloomberg)

  • Durante o primeiro semestre, a Volkswagen vendeu 158.058 veículos, 31,7% menos do que no mesmo período de 2014, conforme dados da Fenabrave. Por conta da queda na demanda, a montadora enfrentou uma série de dificuldades. Em janeiro, ela demitiu 800 funcionários da matriz, em São Bernardo do Campo (SP). Inconformados, os trabalhadores da planta ficaram em greve por 12 dias, o que fez com que a empresa revogasse os desligamentos. Ela então assinou um acordo de estabilidade e abriu um PDV (programa de demissão voluntária), que teve a adesão de cerca de 800 pessoas, segundo o sindicato local. Na mesma planta, para reduzir o ritmo de produção, toda a equipe (cerca de 8.000 pessoas) ficou em férias coletivas durante 10 dias do mês de maio. Em junho, 220 trabalhadores da mesma fábrica tiveram os contratos suspensos (lay-off) e duas paradas técnicas (shutdown) foram feitas, de acordo com o sindicato. Na unidade de Taubaté (SP), em março, 250 operários entraram em lay-off e 4.200 tiraram férias coletivas.  No mesmo mês, por problemas no abastecimento de bancos, a montadora teve as atividades paralisadas por três dias tanto na fábrica de Taubaté quanto na de São Bernardo.  Mesmo com as dificuldades, a companhia anunciou um i nvestimento de 460 milhões de reais na sua fábrica de motores em São Carlos (SP).  Procurada, a Volkswagen disse que "tem feito uso de ferramentas de flexibilização para adequar o volume de produção à demanda do mercado”.
  • 4. Ford

    4 /7(Julia Carvalho/EXAME.com)

    As vendas da Ford caíram 4,64% no primeiro semestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. Foram 124.631 veículos comercializados, segundo a Fenabrave. Em março, a montadora abriu um PDV (programa de demissão voluntária) na fábrica de São Bernardo do Campo (SP), com adesão de 206 trabalhadores, segundo o sindicato local. Ainda na unidade, toda a produção ficou em férias coletivas de 11 a 22 de maio, mesmo mês em que 200 funcionários entraram em lay-off. A planta, que emprega cerca de 3.000 pessoas ficou sem produzir de 1º a 5 de junho e também sofreu com duas paradas naquele mês: nos dias 12 (para 70% da equipe) e 26 (para a linha de automóveis). A montagem de caminhões da fábrica também parou entre 22 de junho a 1º julho, e cerca de 900 operários foram afetados. Já na fábrica de Taubaté, 137 pessoas que estavam afastadas por meio de lay-off foram demitidas, em abril, o que provocou uma paralisação de protesto por dois dias. Procurada, a Ford não comentou os números.
  • 5. Fiat

    5 /7(Germano Lüders / EXAME)

    De janeiro a junho, a Fiat vendeu 168.921 carros no Brasil, número 31,97% menor do que o apresentado no primeiro semestre de 2014, segundo dados da Fenabrave. Para frear a produção, a empresa emendou o feriado do carnaval na sua matriz em Betim (MG) e concedeu férias coletivas a 2.000 funcionários em março, segundo o sindicato dos metalúrgicos da região. https://classic.exame.com/negocios/noticias/fiat-da-ferias-coletivas-para-2-mil-em-betim No feriado da Semana Santa, de 1º a 3 de abril, houve uma nova emenda, seguida de uma parada técnica de uma semana entre 15 e 21 (recesso de Tiradentes) do mesmo mês. De 11 a 31 de maio, mais 2.000 colaboradores foram colocados em férias coletiva s e, em junho, a produção teve outra parada técnica, entre os dias 4 e 12 (feriado de Corpus Christi). Em junho, a montadora anunciou que todos os cerca de 12.000 funcionários da planta entrariam em férias coletivas entre 10 e 20 de julho.  O sindicato não pôde informar o número de demitidos no semestre. A Fiat foi procurada, mas não comentou os números.
  • 6. Mercedes-Benz

    6 /7(Getty Images)

    Em janeiro, a Mercedes-Benz demitiu 260 funcionários em São Bernardo do Campo (SP) - 160 por iniciativa da empresa e 100 que haviam aderido a um PDV aberto em 2014. A decisão provocou manifestações e paralisação da produção por um dia na fábrica local.  Em abril, em protesto contra a demissão de outros 500 funcionários (de um grupo de 715 que estavam em lay-off), os trabalhadores da mesma planta ficaram em greve do dia 22 ao dia 27. Pressionada, a montadora cancelou as demissões e abriu um novo PDV, que foi aderido por 192 dos 500 operários desligados, segundo o sindicato que representa a categoria.  Porém, a negociação não avançou muito e, em maio, a empresa resolveu fazer valer as demissões que haviam sido revogadas. Então, os cerca de 300 trabalhadores que não tinham optado pelo PDV ficaram acampados em frente à fábrica por 26 dias. O sindicato ainda tenta reverter a decisão, mas, por enquanto, esse grupo continua demitido da companhia.  Além disso, de 1º a 15 de junho, toda a fábrica local entrou em férias coletivas. Em nota, a Mercedes informou que "diante de forte queda nas vendas de veículos comercias no mercado brasileiro, tem adotado, há mais de um ano, diversas medidas para tentar gerenciar o excedente de pessoal em sua fábrica de São Bernardo do Campo - que hoje é de cerca de 2 mil pessoas (1750 dentro da Empresa e 250 em Lay-off)". A empresa também disse que "já adotou lay-off, disponibilizou várias oportunidades de Programas de Demissão Voluntária (PDV), semanas curtas, folgas, férias coletivas, licenças remuneradas, entre outras medidas".
  • 7. Falando em carros...

    7 /7(Koichi Kamoshida/Getty Images)

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