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O plano do futuro CEO da Airbus para a estrutura de poder da companhia

Guillaume Faury estuda plano para combinar diferentes conselhos executivos da empresa e facilitar a tomada de decisões

Avião da Airbus: futuro CEO quer facilitar a tomada de decisões (Bobby Yip/Reuters/Reuters)

Avião da Airbus: futuro CEO quer facilitar a tomada de decisões (Bobby Yip/Reuters/Reuters)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 06h00.

Última atualização em 27 de fevereiro de 2019 às 06h00.

O futuro CEO da Airbus estuda um plano para combinar os diferentes conselhos executivos da empresa e de seu braço de aeronaves civis, acelerando os esforços da gigante aeroespacial para facilitar a tomada de decisões, segundo pessoas a par do assunto.

Guillaume Faury também pretende eliminar o cargo de chefe da unidade de fabricação de aviões, ideia que ele já havia proposto antes, e entregar tarefas operacionais ao futuro diretor de operações Michael Schoellhorn, disse uma das pessoas, que pediu para não ser identificada por discutir deliberações privadas. A reformulação representaria uma das primeiras mudanças sob o comando de Faury, que assumirá formalmente o lugar de Tom Enders na assembleia geral anual de abril.

Uma consolidação reduziria ainda mais as camadas de complexidade e as tensas dinâmicas de poder que são uma das principais características do grupo desde que foi formado mediante uma série de fusões de empresas europeias aeroespaciais e de defesa em 2000. Faury encomendou uma revisão liderada pela chefe de relações com investidores, Julie Kitcher. Qualquer proposta levantada nessa revisão precisará de aprovação do conselho.

Um representante da Airbus preferiu não comentar sobre as mudanças estruturais e administrativas da empresa.

A Airbus, que tem sede em Toulouse, na França, opera atualmente quatro comitês executivos, incluindo órgãos separados das unidades de helicópteros, de defesa e espacial. Em 1 de fevereiro, a equipe do grupo que assessora o CEO sobre investimentos, mudanças de estratégia e políticas contava com 17 membros e o comitê de aeronaves da Airbus tem 10. Nove são membros de ambos. Sob o comando de Enders, o francês Fabrice Brégier ocupava o cargo de chefe da unidade de fabricação de aviões, que normalmente serve de trampolim para o cargo máximo, mas deixou a empresa no começo do ano passado.

“Eu queria realmente ouvir as ideias dos nossos executivos sobre para onde ir, o que fazemos bem, o que queremos mudar”, disse Faury neste mês, na divulgação dos resultados do ano cheio da empresa, acrescentando que a continuidade será mantida, mas “podemos continuar simplificando a organização”.

Os esforços de Enders para reestruturar a organização transformando-a em uma única entidade são parte central de seu legado de duas décadas, o que inclui a eliminação da estrutura com duas sedes, pensada para refletir as raízes franco-alemãs da Airbus.

A empresa anunciou formalmente em 2016 que combinaria todas as unidades com o objetivo de cortar custos e acelerar a tomada de decisões. Além disso, adotou Airbus como nome da holding, deixando de lado o antigo nome European Aeronautic Defense & Space que mantinha desde a criação.

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