O novo brigadeiro? Empreendedora fatura R$ 15 milhões com macaron, docinho francês
Valquíria de Marco fundou, ao lado do sócio Roger Coelho, a Le Petit Macarons, rede de franquias que já possui 25 unidades pelo país
Repórter de Negócios e PME
Publicado em 19 de abril de 2023 às 14h30.
Última atualização em 19 de abril de 2023 às 16h38.
Uma viagem à França foi suficiente para que Valquíria de Marco voltasse com mais do que algumas lembrancinhas na mala. A gastronomia inspirou a executiva a abrir o próprio negócio, já de volta ao Brasil: uma marca de macaron, tradicional doces francês que caiu no gosto de Valquíria e de seu amigo Roger Righi Coelho, após umas voltas por Paris.
Já por aqui, foram meses de testes e receitas mal-sucedidas. A falta de matérias-primas similares às utilizadas na receita francesa complicaram a produção toda. “Aquilo me desafiou. Decidi que seria mais teimosa que aquele doce”, brinca Valquíria. “Me apaixonei pelo sabor, pelas cores fortes, por tudo! Aquilo deveria vir para cá logo".
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Em 2014, um ano e meio após a rotina intensa de estudos e adaptação de produtos, nasceu a Le Petit Macarons, marca que hoje fatura 15 milhões de reais com a venda do doce em 25 lojas espalhadas por todo o país.
Como o negócio começou
A Le Petit Macarons começou na cidade de Bento Gonçalves (RS) com uma produção tímida, de apenas 14 doces por vez, em fornadas pequenas e de produção artesanal, pelas mãos da própria empreendedora.
Com insumos brasileiros e um produto final com “cara” de Brasil, os macarons da Le Petit chamaram a atenção de amigos e familiares, que passaram a encomendar o doce de forma pontual. O primeiro grande pedido além do meio “friends and family” foi para um evento corporativo, de 1.400 unidades.
O salto no volume de produção foi o pontapé para que a Le Petit ganhasse forma e atenção exclusiva da fundadora. “Tive que pedir uma folga de quatro dias de trabalho. Percebi que era hora de me dedicar ainda mais ao negócio”, diz. Na mesma época, Valquíria e Roger abriram a primeira loja da marca.
O primeiro ponto físico, em um shopping na cidade de Porto Alegre, serviu para testar o paladar do público. O desafio, contudo, estava na logística envolvendo a produção dos macarons. Até então, os doces eram produzidos em Bento Gonçalves e enviados, ainda congelados, à loja na capital gaúcha. “Levamos mais de um ano de testes para ver a fórmula perfeita, algo que não rachasse, que tivesse o sabor preservado e fosse transportado na melhor embalagem”, conta.
Como a marca pretende crescer
Com a pandemia, a Le Petit teve de se adaptar. Durante os primeiros três meses de isolamento social, em 2020, as fábricas passaram três meses fechadas, o que causou uma perda avassaladora de estoque, redução da jornada produtiva para três dias na semana e cinco funcionários — antes, eram 11.
O período em retração serviu para que a empresa fizesse a lição de casa e se preparasse para a retomada do varejo. Na lista de ações, estava a aquisição de novos maquinários para dar conta de uma produção ainda maior dali em diante. Com a automação, a produção saltou de 2.500 para 10.000 macarons por dia.
A linha de produção acelerada motivou os fundadores a buscar fornecedores capazes de auxiliar a rede a criar produtos que mantivessem a essência da marca. "Não queríamos perder o aspecto de item artesanal. Esses fornecedores nos ajudaram a industrializar sem perder qualidade”, diz Valquíria.
Com a retomada do varejo e o retorno às lojas físicas, a marca teve expansão nacional graças à formatação de um modelo de franquias. Atualmente, são 25 lojas, sendo 20 delas franqueadas. Até 2022, eram 11 lojas.
Nos planos da Le Petit Macarons para 2023 estão a abertura de 10 novas lojas e o apetite agressivo por lançamentos de sabores exóticos, de olho em festas comemorativas e momentos sazonais do calendário como dia das mães, dia das crianças e festa junina. “São as nossas datas mais expressivas em vendas, temos de aproveitar isso”, diz. Atualmente, a marca lança três novos sabores a cada ano.
Ainda este ano, a rede pretende inaugurar um centro de distribuição em São Paulo ou Belo Horizonte para atender exclusivamente às franquias nas regiões Norte e Nordeste, acabando com possíveis imbróglios logísticos.
Somados os esforços, a marca estima faturamento de 23,8 milhões de reais em 2023, além de ampliar a produção para 15.000 unidades por dia. “Temos certeza que vamos dar conta de tudo isso, sem estressar nosso sistema e a equipe ", diz Roger Coelho, sócio-fundador da Le Petit Macarons.
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