IPO do Carrefour: após abertura de capital, varejista precisa apresentar bons números para convencer acionistas (Paulo Whitaker/Reuters)
EXAME Hoje
Publicado em 10 de agosto de 2017 às 06h10.
Última atualização em 10 de agosto de 2017 às 07h36.
A rede varejista Carrefour divulga seus resultados do segundo trimestre nesta quinta-feira e tem uma nova missão: agradar seus novos acionistas após realizar a maior abertura de capital (IPO) da bolsa brasileira nos últimos quatro anos. No dia 21 de julho o IPO da companhia levantou 5,12 bilhões de reais.
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Os números divulgados no prospecto de ações mostram uma boa evolução do Carrefour nos últimos anos. A receita subiu 29,3% entre 2014 e 2016, fechando o ano passado em 47,5 bilhões de reais. No lucro, o desempenho é melhor ainda: o valor dobrou nos últimos dois anos e fechou 2016 em 1,17 bilhão de reais. O maior trunfo do Carrefour é a rede de atacarejo Atacadão, que manteve um intenso ritmo de crescimento mesmo com a crise dos últimos anos. A bandeira já é a que mais fatura do grupo no Brasil, e teve crescimento de 10% nas vendas no primeiro trimestre de 2017.
Com esses números, após anos na sombra do concorrente Grupo Pão de Açúcar (GPA), dono das marcas Extra, Pão de Açúcar e Assaí, o Carrefour virou a rede a ser batida no varejo brasileiro. Enquanto o Carrefour tem 11,8% do mercado, o GPA tem 10,8%.
Durante o processo de abertura de capital do Carrefour, analistas ouvidos por EXAME reclamaram que o varejista tinha divulgado poucos números e de um espaço muito curto de tempo, tornando difícil entender se o crescimento visto nos últimos anos é sustentável.
Investidores também não parecem tão otimistas. Desde seu IPO, as ações do Carrefour caíram 3%. Atualmente, estão negociadas a 14,44 reais, abaixo dos 15 reais do IPO. Neste mesmo período, as ações do GPA subiram 11,8%. A alta veio após a companhia surpreender com um lucro de 170 milhões de reais no segundo trimestre. No mesmo período do ano passado, o resultado havia sido um prejuízo de 582 milhões de reais. A corrida do varejo, dentro e fora da bolsa, está se acirrando.