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O início avassalador do Disney+, que atingiu 41 milhões de downloads

Mesmo sem chegar a boa parte da Europa e a países como o Brasil, streaming da Disney passou 97 milhões de dólares em faturamento no celular, diz relatório

Disney+: serviço estreou nos Estados Unidos em 12 de novembro (Daniel Fung/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

Disney+: serviço estreou nos Estados Unidos em 12 de novembro (Daniel Fung/SOPA Images/LightRocket/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 15 de janeiro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 15 de janeiro de 2020 às 07h00.

Dois meses após o lançamento, o Disney+ já parece estar a todo vapor. O serviço de streaming da Disney alcançou a marca de 41 milhões de downloads só em celulares mundo afora, segundo um relatório da empresa de inteligência Sensor Tower divulgado nesta terça-feira 14.

Os números incluem downloads em dispositivos Android e em iPhones. O relatório aponta que o aplicativo do Disney+ gerou à companhia presidida por Bob Iger um faturamento de 97,2 milhões de dólares nos primeiros 60 dias no ar.

O produto foi lançado em 12 de novembro de 2019. No primeiro mês, o faturamento do Disney+ em celulares foi de 43,9 milhões de dólares, e de 53,3 milhões de dólares no segundo mês.

Não foram medidos dados de outros dispositivos, como TV inteligente ou computadores de mesa, de modo que os números gerais podem ser ainda maiores.

Ainda são cifras pequenas perto da líder Netflix, que, no último trimestre com números divulgados, entre julho e setembro do ano passado, teve faturamento de 5,24 bilhões de dólares.

Já no faturamento global da Disney, incluindo com bilheteria de filmes e outros serviços para além do streaming, fechou o ano fiscal de 2019 perto de 70 bilhões de dólares. O faturamento real obtido pela Disney streaming nestes primeiros meses pode vir a ser conhecido quando a empresa divulgar seus números do último trimestre de 2019, no próximo dia 4 de fevereiro.

Ainda assim, a ação da Disney chegou a subir mais de 2% no início da tarde desta terça-feira, após a divulgação do relatório da Sensor Tower. No fim do dia, o papel fechou com alta de 0,80%, a 144,98 reais. A empresa vale 261,3 bilhões de dólares na bolsa dos Estados Unidos.

Além do catálogo com dezenas de filmes, séries e animações lançados nos últimos 50 anos, a Disney está incluindo no Disney+ alguns conteúdos exclusivos para a plataforma.

Lançamento a conta gotas

O lançamento do Disney+ está sendo feito em partes. A estreia em novembro aconteceu somente nos Estados Unidos, no território americano de Porto Rico, no Canadá, na Holanda, na Austrália e na Nova Zelândia. Segundo o relatório, 80% do faturamento com celular veio dos Estados Unidos nestes primeiros meses.

O serviço chegará em março a boa parte dos países da Europa, como Alemanha, França, Itália, Espanha e Reino Unido. No Brasil, não há data oficial de lançamento, mas sites vêm divulgando que o serviço chegará somente em novembro de 2020.

O Disney+ custa nos Estados Unidos 7 dólares ao mês, ante 12,99 dólares ao mês na Netflix. A Disney também é dona dos canais de esporte ESPN e do serviço de streaming para crianças Hulu, e, por alguns dólares a mais, oferece também um pacote em que os demais conteúdos estão inclusos.

Como agora tem um serviço próprio, a Disney vem retirando progressivamente seu conteúdo do catálogo da Netflix, líder no segmento com mais de 150 milhões de assinantes. Os novos produtos acirraram o que vem sendo chamado de "guerra do streaming". No ano passado, também foi lançado o Apple TV+, serviço de streaming da fabricante de iPhones.

O mesmo deve acontecer com outras produtoras, como a Time Warner, que após a fusão com a AT&T, dona do canal HBO, anunciou que vai lançar um serviço de streaming turbinado, o HBO Max. O produto substituirá os atuais HBO Now e HBO Go, que contam sobretudo com conteúdo do canal de mesmo nome, como as séries "Game of Thrones" e "Chernobyl". O HBO Max deve contar com conteúdos consagrados da Warner, como a série "Friends" e a saga de filmes "Harry Potter".

Neste cenário, a Netflix também vem se esforçando para aumentar a produção de séries e filmes próprios e não depender mais dos conteúdos de suas antigas fornecedoras. A empresa americana lançou recentemente filmes como "O Irlandês", do premiado diretor Martin Scorsese, com Robert de Niro, Al Pacino, Joe Pesci e Harvey Keitel no elenco, e "Dois Papas", do diretor Fernando Meirelles.

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