Rogério Scheffer, CEO do Grupo Águia: integração de indústria, varejo e tecnologia (Divulgação/Divulgação)
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Publicado em 7 de dezembro de 2025 às 09h24.
Última atualização em 7 de dezembro de 2025 às 10h25.
O mercado de construção e logística vive um momento de pressão por velocidade, previsibilidade e sustentabilidade.
Esse cenário abriu espaço para empresas que conseguem integrar indústria, varejo e tecnologia.
É nesse ambiente que o Grupo Águia fecha 2025 com mais de 1,5 bilhão de reais, impulsionado por três operações independentes e em fases distintas de crescimento.
No centro está a Águia Sistemas, líder nacional em estruturas de armazenagem e automação para intralogística.
A empresa faturou 606 milhões de reais em 2024 e projeta 815 milhões de reais em 2025, amparada por 40 milhões de reais em expansão industrial.
O grupo ainda conta com a construtech Espaço Smart, uma das empresas que mais cresce no país segundo o ranking EXAME Negócios em Expansão 2025, e a Águia Florestal, responsável pela base produtiva de madeira reflorestada.
O avanço simultâneo das três empresas aponta para uma projeção que deve chegar a 2 bilhões de reais em 2026.
O crescimento vem acompanhado da necessidade de organizar investimentos, ampliar capacidade e enfrentar desafios de mudança de comportamento do consumidor que busca por sustentabilidade.
“É interessante ver essa preocupação dos nossos clientes. Isso tem feito não só o crescimento da Espaço Smart”, diz Rogério Scheffer.
Ele afirma que tempo de obra, credibilidade orçamentária e sustentabilidade são hoje os três filtros centrais na tomada de decisão.
A trajetória do Grupo Águia começou antes da criação formal da empresa. Em 1968, os fundadores compraram uma fábrica de máquinas registradoras em São Paulo.
A unidade foi transferida para Ponta Grossa, no Paraná, destruída por um incêndio em 1970 e reconstruída antes de ser vendida. A partir dessa experiência industrial, nasceu a cultura que guiaria as operações futuras.
Em 1973, Ferdinando Scheffer Jr. e seu irmão criaram a Metalúrgica Águia Ltda, dedicada à fabricação de cofres e móveis de aço.
No início dos anos 80, a empresa passou a se chamar Águia Sistemas de Armazenagem, com foco em projetos de almoxarifado, autopeças e concessionárias Mercedes-Benz.
Durante os anos 70 e 80, os fundadores investiram em reflorestamento, que se tornaria uma unidade autônoma anos mais tarde.
Em 1989 surgiu a Divisão Química, e em 1992 nasceu a Águia Florestal, completando o Grupo Águia. A divisão química foi vendida posteriormente.
A entrada em automação ocorreu por meio de joint ventures para desenvolver transportadores motorizados, integrando movimentação de cargas e armazenagem.
A Águia Sistemas passou a projetar soluções completas, com automação, robotização e software, atendendo empresas no Brasil e em países da América.
A construtech fechou 2024 com 517 milhões de reais e chegou ao primeiro semestre de 2025 com 303 milhões de reais, alta de 40% em relação ao ano anterior.
O impulso veio da comercialização de mais de 500 casas em Light Steel Frame, com média de 280 metros quadrados por unidade.
A meta é atingir 700 milhões de reais em 2025.
A Smart opera 43 lojas no Brasil, 2 no Paraguai, 4 indústrias, 4 centros de distribuição e 9 centros de treinamento.
A empresa planeja abrir 12 novas lojas até o fim do ano para ampliar presença no varejo e reforçar a jornada de compra baseada em experiência.
“A questão da sustentabilidade é uma preocupação do cliente”, afirma Rubens Campos, CEO do Espaço Smart.
Mas não é a única. Segundo ele, o consumidor busca três certezas: prazo, orçamento final e impacto ambiental.
Campos conta que a Smart desenvolveu o “sustentômetro”, ferramenta que mostra o impacto ambiental do Steel Frame.
A iniciativa tenta reduzir a resistência do público à construção sem tijolos. A mudança de mentalidade, porém, avança de forma desigual entre regiões e ainda é um desafio a ser vencido.
Com 41 anos, a Águia Florestal trabalha com plantio, colheita e beneficiamento de madeira reflorestada.
A empresa opera 20.000 hectares, sendo metade de pinus reflorestado e metade de mata nativa preservada.
A divisão mantém autossuficiência do ciclo produtivo e destina quase 100% da produção à exportação.
Em 2024, a receita foi de 87 milhões de reais.
Cada empresa do grupo opera com gestão separada.
“A gestão financeira, administrativa, contábil, fiscal, a estratégia, comercial, investimento, orçamento, é tudo individual, independente e tem pouca interferência ou nenhuma interferência de uma para a outra”, diz Scheffer.
O grupo pretende fechar 2026 com 2 bilhões de reais, apoiado por novos equipamentos importados do Japão, ampliação industrial e expansão da Smart.
O planejamento estratégico das três unidades será concluído ainda este ano.
O ranking EXAME Negócios em Expansão é uma iniciativa da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME).
O objetivo é encontrar as empresas emergentes brasileiras com as maiores taxas de crescimento de receita operacional líquida ao longo de 12 meses.
Em 2025, a pesquisa avaliou as empresas que mais conseguiram expandir receitas ao longo de 2024. A análise considerou negócios com faturamento anual entre 2 milhões e 600 milhões de reais.
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