Número de recuperações judiciais no país bate recorde em 2016
Segundo pesquisa do Serasa Experian, em 2016 foram registrados 1.863 requerimentos, o maior volume desde 2006
Estadão Conteúdo
Publicado em 3 de janeiro de 2017 às 14h38.
São Paulo - O número de recuperações judiciais no ano passado foi o maior em uma década, batendo recorde, de acordo com pesquisa divulgada nesta terça-feira, 3, pela Serasa Experian.
Em 2016, foram registrados 1.863 requerimentos, o maior volume desde 2006, após a entrada em vigor da Nova Lei de Falências.
O número de pedidos de recuperação judicial em 2016 também foi 44,8% maior do que em 2015, quando foram registradas 1.287 ocorrências, e 125% superior a 2014, com 828 demandas.
O quadro recessivo da economia brasileira no último ano prejudicou a entrada de recursos no caixa das empresas, que também se depararam com o crédito mais caro, dificultando o financiamento e renegociação das dívidas.
Assim, houve deterioração da saúde financeira das companhias, ocasionando patamar recorde dos pedidos de recuperações judiciais, segundo avaliação dos economistas da Serasa Experian.
As micro e pequenas empresas lideraram os requerimentos de recuperação judicial de 2016, com 1.134 demandas, seguidas pelas médias, com 470, e grandes empresas, com 259.
Na análise mensal, a pesquisa verificou aumento de 22,9% nos requerimentos de recuperação judicial em dezembro ante novembro. Já na comparação entre dezembro de 2016 e o mesmo mês de 2015 houve queda de 3,3%.
Falências
Em 2016 foram realizados 1.852 pedidos de falência em todo o País, um aumento de 3,9% em relação aos 1.783 requerimentos efetuados em 2015. Foi a maior quantidade destas ocorrências dos últimos quatro anos (1.852 em 2016; 1.783 em 2015; 1.661 em 2014 e 1.758em 2013).
Dos 1.852 requerimentos de falência efetuados em 2016, 994 foram de micro e pequenas empresas, 426 de médias e 412 de grandes.
Na comparação mensal, a pesquisa verificou queda de 18,8% nos requerimentos de falências em dezembro ante novembro. Já na comparação entre dezembro de 2016 e o mesmo mês de 2015, houve alta de 3,9%.