Novos serviços podem salvar o Yahoo, diz CEO no Brasil
“Estamos jogando jogos novos”, diz André Izay, que crê no potencial de crescimento da empresa no Brasil
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Karin Salomão
Publicado em 18 de maio de 2016 às 16h00.
São Paulo - Com dezenas de aquisições nos últimos anos, o Yahoo espera usar os novos produtos para voltar a ser relevante, principalmente entre anunciantes, sua maior fonte de receita.
No Brasil, a empresa acredita que tem potencial para crescer e diz que não está preocupada com as discusões sobre a venda de seu negócio principal.
"Tenho uma preocupação ‘zero’ com os movimentos de fora”, disse André Izay, presidente da empresa no Brasil, em coletiva com jornalistas.
Por aqui, a companhia acabou de se mudar para uma nova sede e Izay acredita que “temos um potencial de crescimento elevado no Brasil, porque jogamos em mercados que não estávamos jogando antes”.
A queda do gigante
O Yahoo se tornou um gigante do setor de internet pelo seu portal de notícias e serviços de email e de mensagens. No entanto, com o surgimento de novas empresas, maiores e mais velozes, acabou perdendo espaço. A companhia enfrenta queda nas receitas, prejuízos bilionários, demissões em massa e discussões com seus acionistas.
Também busca compradores para seu negócio principal, que poderia valer até US$ 8 bilhões e concentra sites, email, pesquisa, Tumbrl, Flickr, produção de conteúdo e de notícias e, principalmente, sua divisão de anúncios na internet. Na América Latina, anunciou o fechamento dos escritórios do México e na Argentina e a realocação da sede do continente para a Flórida, nos Estados Unidos.
Por conta das sucessivas quedas nos resultados, a presidente Marissa Mayer tem sido duramente criticada por investidores. Para Izay,“Mayer é a CEO que mais entende de internet que já tivemos”.
De acordo com Leonardo Khede, diretor de vendas, a crítica é uma resposta às expectativas bastante altas que a ex-executiva do Google tinha levantado. “Assim como a endeusaram quando ela entrou em 2012, estão criticando sua gestão de forma igualmente dura”, disse ele.
Estratégia para reverter o declínio
Ainda que continue havendo produção de conteúdo para os sites Yahoo, o foco é desenvolver plataformas e serviços mais rentáveis, vendendo anúncios. “A plataforma é muito mais escalável e é a mesma em todo o mundo. Já o conteúdo precisa ser diferente em cada país”, afirma Leonardo Khede, diretor de vendas.
Para Izay, “não conseguimos replicar o modelo de portais de notícias nos smartphones”. Cerca de 85% do tráfego de dados em celulares acontece por meio de aplicativos e apenas 15% por navegadores de internet.
Aquisições recentes, como a Flurry e o Brighroll, podem ajudar com o objetivo de aumentar receitas em anúncios.
Desde que Marissa Mayer assumiu a presidência no negócio, em 2012, fez mais de 60 aquisições, tanto para atrair novos talentos para seus escritórios quanto para abocanhar patentes e serviços.
Entre essas compras, está a Flurry. Comprada em 2014, a ferramenta analisa o comportamento dos usuários de smartphone em seus aplicativos. Ela está em mais de 800 mil apps e em mais de 2 bilhões de smartphones no mundo, 90 milhões deles no Brasil.
Com isso, o Flurry consegue definir perfis muito precisos de usuários. Uma pessoa que tenha um aplicativo de dieta e de corrida, por exemplo, é alguém preocupado com o bem-estar. Alguém que use um app de mamadeira e de músicas para ninar provavelmente é pai ou mãe de um recém-nascido.
Conhecendo bem o usuário, o Yahoo pode ajudar seus anunciantes a encontrar o público ideal para uma campanha, diz Izay. A segunda aquisição poderia preencher esse espaço: o Brightroll, comprado em 2015, é conhecido por sua tecnologia de publicidade em vídeos.
Por meio de seus canais, permite a compra de mídia para vídeo, display e nativa e conecta compradores e vendedores para exibição de anúncios tanto nas plataformas do Yahoo quanto em outros locais.
Essas duas aquisições buscam reforçar a divisão de mobile, publicidade nativa, vídeos e social da empresa, chamada de Mavens. É a única divisão que cresce na empresa: o faturamento foi 7% maior no primeiro trimestre do ano, enquanto o faturamento total caiu 11%.
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11 /11(Vivian Koblinsky/LinkedIn)