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Novos (grandes) empresários entram no conselho de um hub de inovação que movimenta 15% do PIB gaúcho

Mais de 250 companhias dividem, atualmente, o espaço físico do Instituto Caldeira, em Porto Alegre

Espaço de eventos do Instituto Caldeira: inspiração na Starbucks para um ambiente descontraído de trabalho (Jonas Adriano/Divulgação)
Daniel Giussani

Repórter de Negócios

Publicado em 29 de abril de 2024 às 10h39.

Última atualização em 30 de abril de 2024 às 10h50.

Vem do Rio Grande do Sul um exemplo de como lideranças empresariais podem se juntar para desenvolver a inovação e a tecnologia da comunidade.

Por ali, desde 2018, um grupo de mais de 40 empresários se reúnem no Instituto Caldeira , uma organização do terceiro setor dedicada à agenda de transformação digital não apenas dentro das próprias empresas dos fundadores, mas também na sociedade gaúcha como um todo.

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“A agenda de inovação precisava de um impulso no estado”, diz José Galló, CEO da varejista Renner até 2018, quando passou a dividir o tempo entre o investimento e o conselho do Caldeira, do qual é um dos sócios-fundadores. “Temos ótimas universidades aqui, mas a mão de obra ia embora por falta de oportunidades.”

Fisicamente, o Caldeira existe desde 2020. Localizado num galpão de 22.000 metros quadrados na zona norte de Porto Alegre, onde por décadas a Renner teve uma de suas principais tecelagens, o Caldeira é hoje para Porto Alegre o que o Cubo, hub de startups a poucos quilômetros da Avenida Faria Lima, tem sido para São Paulo desde a inauguração, em 2015: “o” local para trocar ideias sobre modelos de negócios, encontrar profissionais de tecnologia com vontade de trilhar carreira numa startup e até mesmo captar recursos.

Essa junção do empresariado pode ser vista no conselho do Instituto Caldeira, que acaba de receber dois novos membros: Anthony Ling, conselheiro do Grupo Évora, e Pedro Bartelle, CEO da Vulcabras. Ambas as empresas já faziam parte do grupo de fundadores do Caldeira.

Marciano Testa, fundador e presidente executivo do conselho de administração do Agi permanecerá na presidência do Conselho até 2026, assim como José Galló, ex-presidente das Lojas Renner, que mantém o cargo de vice-presidente.

Quem está no conselho do Caldeira

"O Instituto Caldeira tem a natureza colaborativa no seu DNA: para garantir o crescimento contínuo e a perenidade do nosso negócio, acreditamos que é fundamental ter um espaço aberto ao diálogo e que impulsione a troca de experiências e a colaboração", diz o presidente Marciano Testa.

O que faz o conselho do Caldeira

A função do Conselho de Administração do Caldeira, principalmente do Presidente, é contratar o CEO e a diretoria do Instituto, para manter o acompanhamento e a execução do plano de negócios. Ou seja, é a equipe responsável pela gestão e execução do plano estratégico - tudo de forma pro-bono, sem remuneração.

"Além disso, somos os guardiões da governança: por sermos uma entidade sem fins econômicos, estruturamos uma governança robusta para todos os processos de decisões estratégicas e aplicações dos recursos da entidade, para que estejam sempre alinhados ao propósito do Instituto Caldeira", diz Marciano Testa. "Somos uma organização privada, e todos os membros trazem as melhores práticas de governança das suas próprias empresas para construirmos um modelo cada vez mais sólido."

Qual é a trajetória do Instituto Caldeira

O Instituto Caldeira foi oficialmente fundado em 2019, após um período de articulação que começou ainda em 2017.

"Foram inúmeras reuniões com acadêmicos, poder público e, principalmente, com empresários, para formar uma grande aliança pela inovação no Rio Grande do Sul", afirma Testa.

Hoje, cerca de 15% do PIB gaúcho já têm relação direta com o Instituto, segundo dados da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mais de 250 companhias dividem, atualmente, o espaço físico do hub; e um total de 512 empresas estão conectadas ao ecossistema do Caldeira por meio de eventos e ações como programas de aceleração e inovação. No último mês de março, o hub anunciou que vai expandir seu espaço também para os prédios da antiga fábrica Tecidos Guahyba, aumentando a área total de 22.000 metros quadrados para 55.000 metros quadrados.

Saiba mais: O novo passo do projeto de inovação do PIB gaúcho: uma expansão de R$ 120 milhões

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