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Novo teste de coronavírus dez vezes mais rápido é aprovado nos EUA

O teste foi desenvolvido pela farmacêutica Roche. No Brasil, a empresa afirma que está dedicando esforços para disponibilizar o exame

Roche: com o novo teste, ações da farmacêutica subiam mais de 8% na Suíça pela manhã (Roche/Divulgação)

Roche: com o novo teste, ações da farmacêutica subiam mais de 8% na Suíça pela manhã (Roche/Divulgação)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 13 de março de 2020 às 08h00.

Última atualização em 13 de março de 2020 às 18h10.

A farmacêutica suíça Roche conseguiu nos Estados Unidos a aprovação de um teste automatizado que detecta casos de coronavírus de forma mais rápida. A tecnologia é capaz de aumentar a velocidade de detecção em até dez vezes em comparação ao teste mais comum da Roche, segundo a agência Bloomberg.

O teste foi aprovado de forma emergencial pela FDA, agência do Departamento de Saúde dos EUA que é responsável pela aprovação de alimentos e novos medicamentos da indústria farmacêutica. É a terceira aprovação de emergência dada pela FDA a testes de coronavírus, mas somente a primeira com possibilidade de aplicação comercial.

Diante da nova tecnologia, as ações da Roche, que tem capital aberto na Suíça, subiam 8,3% às 8 horas desta sexta-feira, 13. O restante do principal índice suíço subia na casa dos 4%, assim como o europeu Stoxx 600, que reúne as principais empresas da Europa, incluindo a Roche.

Há duas versões do teste da Roche, uma de número 8800 e outra 6800. A primeira consegue testar até 4.128 pacientes por dia, dez vezes a capacidade de um teste comum, e a segunda, testa até 1.440 pacientes. São analisadas amostras de saliva e muco do paciente para chegar aos resultados.

A Roche afirmou que espalhou mais de 100 unidades do teste para uso em diferentes lugares dos Estados Unidos. O teste também deve ser levado à Europa. A farmacêutica afirmou que vai "aos limites de sua capacidade de produção" para fazer a maior quantidade possível dos novos testes rápidos, segundo a Bloomberg.

A EXAME entrou em contato com a assessoria de imprensa da Roche no país, que respondeu que a farmacêutica "está está dedicando todos os esforços para disponibilizar o exame no Brasil, dentro das conformidades locais".

Para ser estendido ao Brasil, o teste precisaria de uma autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), similar à americana FDA e que aprova medicamentos e outros produtos de saúde no país. O Brasil tem 98 casos de coronavírus e mais de 1.400 suspeitos, segundo boletim da tarde desta sexta-feira.

A Roche confirmou que pediu autorização junto aos órgãos responsáveis no Brasil e, uma vez concedida a permissão, o teste ficará disponível comercialmente às organizações interessadas. Na teoria, o teste pode ser comprado por órgãos públicos, via licitação, ou por redes de saúde privadas.

Os testes em pacientes estão entre os maiores desafios de agentes de saúde no mundo diante da pandemia de coronavírus. Muitos pacientes não apresentam sintomas claros da doença e terminam por infectar outras pessoas sem saber que estão com o Covid-19. A capacidade de testes diários também é menor do que a dos testes automatizados da Roche.

Há 128.392 casos confirmados de coronavírus no mundo até a manhã desta sexta-feira, 13. Mais de 40.000 deles registrados fora da China. A Europa, onde está a Roche, é o continente mais afetado depois da Ásia. Só a Itália, país onde o problema é mais grave, tem mais de 12.000 casos e mais de 800 mortes causadas por coronavírus.

*Uma versão anterior desta reportagem afirmava que um dos testes da Roche era de número 6600. O número correto é 6800. A informação foi corrigida. 

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