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Novo presidente da Abeifa defende imposto de importação menor para carros

No comando da associação de importadores, João Henrique Oliveira tem como primeira missão pleitear a redução da alíquota, de 35% para 20%

O engenheiro mecânico e executivo da Volvo Car Brasil: "Temos o imposto de importação mais caro entre os maiores mercados automotivos" (Abeifa/Divulgação)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 17 de março de 2020 às 05h00.

Última atualização em 17 de março de 2020 às 09h38.

O momento não poderia ser mais conturbado para a chegada do novo presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores ( Abeifa ), João Henrique Oliveira. Os efeitos negativos do coronavírus , entre eles a constante escalada do dólar, colocam um obstáculo adicional à gestão do executivo. A sua prioridade, neste momento, é conseguir a redução da alíquota do imposto de importação dos atuais 35% para 20%.

Oliveira, diretor geral de operações e inovação da Volvo Car Brasil, vem para substituir José Luiz Gandini, presidente da Kia Motors do Brasil. A Abeifa tem hoje 14 associadas, mas já teve 32.

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"A situação dos importadores é ruim há muito tempo. O Brasil opta por taxar a importação em 35%, alíquota máxima permitida pela OMC [Organização Mundial do Comércio]. Em outros grandes mercados automotivos, essa barreira é muito menor", afirma Oliveira, em entrevista à EXAME.

Segundo ele, cerca de72% dos veículos importados que chegam ao Brasil vêm do México e de países do Mercosul, que já têm tratamento diferenciado para o tributo. "Vamos levar um pleito de redução do imposto ao governo nos próximos dias, porque o que entra efetivamente no país já paga uma alíquota menor", salienta Oliveira.

A mudança, de acordo com o executivo, não traria tanto impacto às contas públicas, não prejudicaria a indústria local e até promoveria uma maior arrecadação. "São distorções que precisam ser corrigidas. Temosa maior alíquota de imposto de importação dentre os dez maiores mercados automotivos do mundo", reforça.

Em 2018, foram vendidos 303 mil automóveis importados no país (de associadas e não-associadas), cerca de 12,3% do total do mercado. Desse volume, cerca de 223 mil carros vieram do México e do Mercosul. Em 2019, os emplacamentos no segmento caíram para288 mil unidades, ou 10,8% do total. O recorde de importados aconteceu em 2011, com 797 mil emplacamentos.

"Com a pressão cambial dos últimos dois anos, as vendas já apresentam queda por si só", destaca.

Ele aponta que o coronavírus é um enorme problema que pode afetar tanto a demanda quanto a cadeia, globalmente. "Cada empresa, de modo individual, vai tomar as suas providências para minimizar os impactos da crise", diz. "Nós, da Abeifa, vamos apoiar da forma que pudermos." Conforme o dirigente, o impacto mais imediato da pandemia, no segmento, é a alta do dólar.

Pauta de longo prazo

O dirigente também quer mais diálogo com outras entidades que representam empresas do setor, como a Anfavea (montadoras), Fenabrave (concessionárias) e Sindipeças (autopeças).

"O mercado global está passando por transformações. Nós queremos discutir, conjuntamente, os desafios do setor eentender os modelos de negócios que funcionam ou precisam ser adaptados no Brasil", defende Oliveira.

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