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TOTVS retirará Bematech da Bolsa, mas planeja manter a marca

As ações da Bematech devem ser retiradas de circulação na Bolsa assim que o processo de venda da companhia for concluído


	Sede da Totvs, em São Paulo
 (Germano Lüders/EXAME.com)

Sede da Totvs, em São Paulo (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2015 às 09h22.

São Paulo - As ações da Bematech devem ser retiradas de circulação na Bolsa assim que o processo de venda da companhia para a Totvs for concluído.

No entanto, a nova controladora planeja manter a marca Bematech em sua carteira de produtos, principalmente por conta da forte presença no varejo.

"Uma vez aprovada pelas assembleias e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Totvs terá 100% do capital dessa nova empresa, resultante da reorganização societária. Então, não faz muito sentido que a Bematech tenha capital aberto", afirmou o presidente da Totvs, Rodrigo Kede, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. O executivo ressaltou, no entanto, que os papéis da Totvs continuarão em circulação e serão oferecidos aos atuais acionistas da Bematech.

Na semana passada, a Totvs anunciou um acordo para a aquisição da Bematech. Pela proposta que será submetida aos acionistas de ambas as companhias e à aprovação do Cade, a Totvs será titular da totalidade das ações ordinárias da Bematech, numa a operação que pode movimentar R$ 549,899 milhões.

A composição do valor a ser atribuído por ação ordinária da Bematech levou em conta um valor por ação da Bematech de R$ 11,00, depois da distribuição dos dividendos, e um valor por ação da Totvs de R$ 38,00.

Segundo o comunicado enviado pela Totvs, os acionistas da Bematech deverão receber, para cada ação de emissão da companhia de que sejam proprietários na data em que se consumar a reorganização, 0,043421048 ação ordinária de emissão de Totvs mais R$ 9,35, ex-dividendos.

Os valores consideram que o capital total da Bematech esteja representado, na data da consumação da reorganização, por 49.990.870 ações ordinárias, ex-tesouraria.

O presidente da Totvs minimizou afirmações de que o preço do acordo teria sido baixo e ressaltou que "target price" fornecido para analistas estava um pouco abaixo de R$ 11 por ação da Bematech. "Após análise, consideramos que esse é um preço justo. Obviamente, quem comprou a ação em um pico nos últimos doze meses esperava um preço maior e quem comprou na baixa está feliz", afirmou o executivo.

O executivo-chefe da Bematech, Cleber Morais, lembrou que a proposta passou pelo crivo do conselho de ambas as companhias e ainda deverá ser aprovada em assembleia. "O ponto mais importante disso é a governança corporativa. As duas empresas estão dando oportunidade aos acionistas de aprovar a transação", afirmou. O dirigente da Bematech ressaltou também que o acordo passou por acompanhamento dos bancos Bank of America Merrill Lynch e BTG Pactual.

O acordo será submetido às assembleias de acionistas no dia 3 de setembro, e a expectativa é de que seja aprovado pelo Cade até outubro. No entanto, o presidente da Totvs buscou evitar dar uma data para o fechamento de capital da Bematech.

"A alteração em si do fechamento de capital é menos relevante que o trabalho conjunto das duas companhias na integração e criação do melhor provedor de tecnologia do varejo", afirmou o presidente da Totvs.

Marca Bematech

A marca Bematech deve ser mantida na carteira da Totvs.

"A Bematech vem para agregar uma marca muito forte para o segmento de varejo no Brasil inteiro", afirmou o presidente da Totvs, Rodrigo Kede, ao lembrar que a companhia tem um histórico de aquisições, embora muitos dos nomes incorporados ainda estejam presentes no portfólio. "A intenção é manter a marca Bematech, mas será feito um estudo lá na frente para reavaliar essa questão e, eventualmente, tudo pode acontecer", acrescentou.

O executivo afirmou que a união das operações deverá trazer soluções integradas e completas para o varejo. Contudo, o processo será evolutivo e gradual na criação da carteira e oferecimento de novos produtos.

"Vamos começar a trabalhar logo após as aprovações e devemos ter ofertas conjuntas já no final do ano, mas será um processo evolutivo", ressaltou. As empresas querem oferecer produtos que integrem hardware e software para diferentes setores varejistas, de modo a melhorar a gestão das empresas dos clientes e a relação com consumidores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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