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Repar está praticamente parada após incêndio, diz Sindipetro

O Sindicato de Petroleiros do Paraná (Sindpetro) alerta para o impacto sobre a produção de combustíveis e, consequentemente, sobre o caixa da Petrobras


	Repar: sindicato de petroleiros do Paraná decide neste sábado se entra em estado de greve para pressionar a Petrobras por melhores condições de segurança na refinaria
 (Agência Petrobras)

Repar: sindicato de petroleiros do Paraná decide neste sábado se entra em estado de greve para pressionar a Petrobras por melhores condições de segurança na refinaria (Agência Petrobras)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2013 às 15h19.

Rio - Responsável por 12% da produção nacional de refino, a unidade Repar, da Petrobras, está "praticamente parada" após um incêndio de grandes proporções no último dia 28.

A denúncia é do Sindicato de Petroleiros do Paraná (Sindpetro), que alerta para o impacto sobre a produção de combustíveis e, consequentemente, sobre o caixa da Petrobras.

Segundo os dirigentes do sindicato, serão necessários 30 dias até que a produção seja normalizada, o que pressionará a estatal a ampliar suas importações. O sindicato decide neste sábado, 07, se entra em estado de greve para pressionar a empresa por melhores condições de segurança na refinaria.

"O incêndio atingiu o ponto de partida da refinaria, onde é feito o fracionamento do óleo para depois gerar os subprodutos, como querosene de aviação, gasolina e outros subitens. Sem essa unidade, a refinaria não funciona", explica o presidente do Sindpetro, Silvanei Bernardes. Segundo ele, a atual produção da unidade está utilizando produtos previamente estocados, mas parte das estações de refino já está parada e outras em ritmo baixo de produção. "Do ponto de vista do processamento, a refinaria parou. Não tem volta esse prejuízo econômico", completa.

"A refinaria é responsável por 12% da produção, e por isso a conta de que poderá reduzir em cerca de 10% a produção deste mês. Isso não significa desabastecimento pois pode haver importação, mas dessa forma, tem um impacto econômico forte sobre a empresa. Para atender a demanda nacional, como ela é obrigada a garantir o abastecimento, terá que importar mais gasolina e comprometerá ainda mais a sua situação", alerta Bernardes.

A importação de gasolina pela cotação internacional associado a uma revenda com preços abaixo do mercado têm causado uma forte pressão sobre o caixa da empresa, que está em nível crítico segundo analistas do mercado.


Na última semana, a aprovação de um reajuste abaixo da expectativa contribuiu para piorar a imagem da empresa frente aos investidores por demonstrar a falta de independência em relação às políticas econômicas do governo, que teme o impacto dos reajustes sobre a inflação. A diretoria chegou a propor um modelo de reajuste automático, o que teria sido vetado pelo Ministério da Fazenda.

Acidente

No último dia 28 de novembro, uma explosão atingiu uma tubulação na Unidade de Destilação Atmosférica da Repar, por volta das 22h30. O incêndio durou cerca de duas horas e assustou moradores vizinhos da comunidade. Segundo Silvanei Bernardes, uma tubulação se rompeu gerando um "chafariz de óleo queimando a 300 graus de temperatura, como um grande maçarico".

O rompimento do tubo teria sido causado por problemas de manutenção, de acordo com o sindicalista. Em sua avaliação, houve falha na medição da corrosão da tubulação.

A Petrobras investiga o acidente e, procurada, não se posicionou até o momento. Uma empresa foi contratada para avaliar o impacto do incêndio sobre a estrutura da refinaria e indicar a possibilidade de retomada da produção, estimado pela Petrobras em até 10 dias.

Entretanto, segundo o Sindpetro, o parecer final aponta para "um risco iminente de desabamento" e seriam necessários ao menos 30 dias para a normalização da produção na Repar.

"É imprevisível o tempo necessário para a retomada. É preciso substituir a estrutura, trocar alguns equipamentos. É como a montagem de um quebra-cabeça, com várias peças na engrenagem. Vai depender das condições de segurança. Não há por que colocar mais pessoas em risco, com a possibilidade de uma tragédia ainda maior", avalia Bernardes.

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