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Presidentes conectados em redes sociais geram mais negócios

Pesquisas apontam que executivos que atuam em plataformas na internet constroem melhor imagem e até resultados para suas companhias


	Abilio Diniz: presidente do conselho da BRF mantém perfil pessoal no Twitter
 (Fabiano Accorsi)

Abilio Diniz: presidente do conselho da BRF mantém perfil pessoal no Twitter (Fabiano Accorsi)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 9 de setembro de 2014 às 16h03.

São Paulo - Empresas que quiserem se manter competitivas terão não apenas que adequar seus processos e meios de comunicação às redes sociais, mas também ter presidentes engajados nessas plataformas. É o que aponta um recente estudo da consultoria de mídia social BRANDfog. 

A pesquisa, chamada The Global Social CEO 2014, ouviu 1.000 funcionários de companhias de todos os portes e diversos segmentos nos Estados Unidos e Reino Unido.

Para cerca de dois terços (61%) dos respondentes britânicos e três quartos (71%) dos norte-americanos, é fato que uma organização cujos executivos falam sobre seus negócios, marca e valores nas redes é mais confiável do que outras que outras comandadas por pessoas que não têm esse hábito.

Na mesma linha, 61% dos respondentes dos EUA e metade dos do Reino Unido afirmaram, na posição de clientes, ter mais tendência a comprar de empresas lideradas por executivos que comunicam claramente os seus valores por meio de mídias sociais. 

Paulo Alvarenga, sócio diretor da consultoria Crescimentum, acredita que os gestores precisam assimilar essa tendência o quanto antes. "Tem de haver uma conscientização de que não se trata de uma moda. A nova geração exige o contato pelas redes sociais e para acompanhar o pensamento desses jovens, se aproximar disso é essencial", afirma.

Fatima Motta, professora da ESPM e da FIA-USP e sócia diretora da F&M consultores, endossa o discurso."Estar nas redes mostra que o CEO é humano e cria uma relação mais próxima das pessoas. Isso faz com que os funcionários se comprometam muito mais, se vinculem melhor à empresa e ao presidente", diz. 

"Da mesma forma, para o consumidor, uma marca ou produto é muito mais confiável quando ele vê o posicionamento da empresa sobre eles nas redes", completa a professora. 

Os resultados do levantamento revelam que a opinião dos empregados pesquisados é parecida. Nos EUA, 77% dos ouvidos acreditam que executivos que usam as redes sociais conseguem criar um canal para um engajamento autêntico com os públicos de relacionamento da companhia.

E na percepção dos funcionários, esse relacionamento acaba refletindo nos resultados. Conforme acreditam 87% dos entrevistados nos EUA e 79% dos ouvidos no Reino Unido, ter uma política séria de social mídia permite que a liderança das empresas aja de forma proativa e não apenas reaja diante dos desafios de negócios.

Em 2012, um outro estudo elaborado pela consultoria Weber Shandwick junto a 630 profissionais do alto escalão de companhias das Américas do Norte e Latina, Europa e Ásia revelou que 70% deles confiavam que ter um presidente ativo nas redes sociais provocava um impacto positivo nos negócios da companhia. 

Estratégia

De acordo com o levantamento da BRANDfog, tanto nos EUA quando no Reino Unido, mais de dois terços (85% e 75%, respectivamente) dos ouvidos concordam que as redes sociais já se tornaram um instrumento essencial para a estratégia de comunicação e relações públicas dos líderes. 

Os especialisas consentem, mas alertam que é preciso ter cuidado com o que e como se compartilha.

"Como consumidora, tudo o que eu sinto que é verdade, que está mais próximo de mim, eu tenho tendência a comprar. Mas isso vale para o bem e para o mal. Se eu souber de coisas ruins, me afasto", diz a professora Fatima Motta.

Por isso, segundo ela, executivos e empresas precisam conhecer bem seus clientes, fornecedores e outros públicos de relacionamento. 

"O profissional tem que ter  discernimento sobre o que ele vai postar, sejam informações mais pessoais ou de marketing empresarial. É importante que se faça uma análise de para onde vai esse conteúdo e qual a mensagem se quer transmitir, que se tenha foco e clareza para definir o que será colocado nas redes", reforça.

"É preciso também avaliar os riscos desse investimento. Um CEO é um formador de opinião. Qualquer postagem dele em uma rede social é uma informação que pode mexer com o mercado financeiro", ressalta Paulo Alvarenga, da Crescimentum.

Exemplos 

Por aqui, alguns comandantes de empresa têm presença marcada nas redes sociais. O presidente do conselho de administração da BRF, Abílio Diniz, compartilha fotos e divulga no Twitter eventos de que participa e também opina sobre atividades físicas e o seu time do coração, o São Paulo. O executivo mantém até mesmo um blog vinculado à plataforma.

Já a presidente do conselho do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano, adota um tom mais comercial e geralmente posta conteúdos relacionados às atividades de sua rede de lojas. 

O perfil de Jorge Paulo Lemann, dono da 3G capital, também é mais institucional e geralmente conta com informações ligadas a fundações e projetos que o empresário mantém e apoia. 

Veja:

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