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BRF ajusta abate no Paraná por protestos de caminhoneiros

"Não adianta abater os animais se não conseguimos os caminhões para o transporte", afirmou o vice-presidente de Relações Institucionais e Jurídico da BRF


	Produtos da BRF: empresa afirmou que seu principal problema de logística ocorre no Paraná
 (Alexandre Battibugli/EXAME)

Produtos da BRF: empresa afirmou que seu principal problema de logística ocorre no Paraná (Alexandre Battibugli/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 18h03.

São Paulo - A BRF decidiu ajustar o abate de animais em três unidades no sudoeste do Paraná, por causa dos problemas de logística enfrentados com os bloqueios realizados por caminhoneiros no Sul do país.

A empresa negocia com os manifestantes há uma semana para tentar garantir o transporte de ração e de animais vivos, mas, como o movimento de protesto ganhou força no fim de semana, reforçou os entraves de logística e operação nesta segunda-feira, 23.

"Não adianta abater os animais se não conseguimos os caminhões para o transporte", afirmou o vice-presidente de Relações Institucionais e Jurídico da BRF, José Roberto Rodrigues.

O executivo viajou hoje a Brasília, onde deve se encontrar com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, para discutir a questão.

Rodrigues disse que a BRF não tem uma estimativa de prejuízos relativos aos protestos de caminhoneiros no Sul, mas afirmou que a extensão do problema dependerá do posicionamento do governo federal.

"Estamos vendo dificuldades em todos os estados. Eles vão desde a falta de combustível, embalagens e, se continuar nessa linha, faltarão alimentos", disse.

A BRF afirmou que seu principal problema de logística ocorre no Paraná e não afasta a possibilidade de ocorrência de problemas sanitários na produção, caso os bloqueios não sejam desfeitos.

A empresa enfrenta, ainda, problemas em Mato Grosso, onde seus fornecedores de ração também têm dificuldades de logística.

Transtornos

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), outras companhias também são prejudicadas pelos protestos.

Assim como a sua concorrente, a JBS, dona da Friboi, tem dificuldades no transporte de ração para alimentar os frangos, conforme informou o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

"Recebemos informações do início de prejuízos, porque algumas (empresas) não conseguem mandar cargas para o porto. Outras não conseguem mandar ração para o (produtor) integrado", afirmou Turra.

Procurada, a empresa não se posicionou até o fechamento desta nota.

De acordo com o Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e a Associação Catarinense de Avicultura (Acav), por meio de comunicado, a unidade da Aurora em Abelardo Luz reduziu à metade o processamento de frangos e pode parar, caso o fluxo de entrega não seja normalizado.

As entidades alertam que nas rodovias federais e estaduais de Santa Catarina os manifestantes não permitem a passagem de caminhões vazios nem com mercadorias não perecíveis.

E, como os veículos não podem retornar para o transporte de novas cargas, as associações alertam que os bloqueios asfixiam a economia regional.

Os caminhoneiros e transportadores protestam contra o aumento do diesel e as tarifas de frete abaixo dos custos de transporte.

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