Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 09h26.
Ocanadense Henry Mintzberg -- professor da Universidade McGill, em Montreal, e do Insead, na França -- estuda há anos o impacto real que executivos com MBA causam aos negócios. Recentemente ele publicou, juntamente com Joseph Lampel, da Universidade de Nova York, o artigo MBAs as CEOs (MBAs como CEOs). Nele, os autores citam análises feitas com base em listas como a dos Executivos Mais Admirados, da revista Fortune, e livros como Inside the Harvard Business School (Por dentro da Harvard Business School), de David Ewing. A principal constatação: a realidade das aulas de MBA é muito diferente da realidade dos escritórios. "Fingir que gestores podem ser formados numa sala de aula é, na melhor das hipóteses, um erro", afirmam Mintzberg e Lampel. "Na pior, é disfuncional." A seguir, algumas críticas formuladas por eles:
Dificuldades na execução da estratégia, e os chamados "problemas ligados a pessoas" costumam atormentar executivos. Essas questões são raramente abordadas em programas de MBA.
Os cursos estimulam o desenvolvimento de profissionais individualistas e autocentrados. Isso vira um problema nas empresas, onde boa parte do trabalho precisa ser feito em equipe.
O foco em estudos de casos, dado pela maioria das universidades, não ajuda no aprendizado da tomada de decisões. "Os alunos recebem 20 páginas sobre uma empresa que não conhecem e têm de sugerir estratégias no dia seguinte", afirmam. "A prática da gestão exige bem mais que isso."
Os cursos de MBA foram criados nos Estados Unidos em 1908. A última revisão profunda pela qual passaram aconteceu em 1950.