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Norte-americana Amgen quer dobrar no Brasil até 2020

Companhia traça planos para dobrar sua área de medicamentos biológicos, apesar da desaceleração da economia


	Amgen: empresa é especializada em medicamentos complexos e de alto custo de desenvolvimento
 (Flickr)

Amgen: empresa é especializada em medicamentos complexos e de alto custo de desenvolvimento (Flickr)

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Da Redação

Publicado em 23 de julho de 2014 às 17h46.

São Paulo - A maior empresa de biotecnologia do mundo, Amgen, teve alta anual de 54 por cento no faturamento do primeiro semestre no Brasil e traça planos para dobrar sua área de medicamentos biológicos no país, apesar da desaceleração da economia que tem refreado o consumo, inclusive no setor de saúde.

A companhia fundada na década de 1980 nos Estados Unidos é especializada em medicamentos complexos e de alto custo de desenvolvimento voltados para áreas como câncer e nefrologia.

No Brasil, a empresa está presente desde 2009, ampliando sua atuação com a compra da farmacêutica brasileira Bergamo, em 2011, por 215 milhões de dólares.

De olho num mercado em que a população que está envelhecendo e que em 2014 deve registrar cerca de meio milhão de novos casos de câncer, a Amgen espera ampliar de 5 para até 10 até 2020 o número de medicamentos da categoria biológicos "inovadores" vendidos no Brasil.

Já em biossimilares, a quantidade de drogas da companhia vendida no país passará de 25 para 32.

Os medicamentos biológicos são produzidos por meio de manipulação de microorganismos ou células vivas modificadas, que geram proteínas longas e complexas para uso em tratamentos específicos.

Essas drogas estão no topo da indústria farmacêutica em termos de custos de desenvolvimento e de margem de lucro. Já as biossimilares são versões 'genéricas' dos medicamentos biológicos que tiveram patentes expiradas.

Com a expansão do portfólio de medicamentos biológicos, a Amgen deve se concentrar mais em pesquisa e desenvolvimento no Brasil, ampliando uma rede de 2.500 pacientes em mais de 200 centros médicos públicos e privados do país, que fazem parte de testes clínicos de novas drogas que a empresa espera ver aprovadas pelas autoridades de saúde.

Apesar dos planos de expansão, o gerente-geral da Amgen no Brasil, Eduardo Santos, afirmou que planos para uma fábrica de biofármacos, algo que consumiria investimentos na casa de 1 bilhão de dólares do grupo no país não estão nos planos de curto prazo.

A Amgen já tem fábricas na Irlanda, Turquia, Estados Unidos e Porto Rico.

Segundo Santos, que evitou dar detalhes financeiros da companhia no Brasil, a Amgen deve atingir equilíbrio financeiro no país este ano.

O desempenho, após o investimento na compra da Bergamo, é apoiado no lançamento de três novos medicamentos no primeiro semestre.

"Estamos sentindo escrutínio em despesas com saúde por parte dos governos, federal e estadual, e empresas de seguro saúde estão revisando protocolos", disse Santos ao descrever o cenário econômico do setor no país.

"Não é catastrófico, mas é um cenário de contenção de gastos".

Porém, ele afirmou que os medicamentos da companhia são voltados para pacientes críticos, que não podem interromper tratamentos. "O mercado de carros novos vai cair, mas os pacientes diagnosticados continuarão existindo."

Santos afirmou que a Amgen não vê novos alvos de aquisição no Brasil, apesar da intensa consolidação vivida pela indústria farmacêutica global.

No país, a Amgen compete no setor de medicamentos biotecnológicos com nomes como Roche, Pfizer e Abbott. A Amgen também deve encarar em breve uma competição com o lançamento da fábrica de biossimilares Bionovis, projeto que prevê investimentos de 500 milhões de reais nos próximos cinco anos e reúne as brasileiras EMS, Aché, Hypermarcas e União Química.

A fábrica das quatro empresas nacionais deve ficar pronta no final de 2016 e será voltada inicialmente à produção de seis medicamentos voltados para alguns tipos de câncer e artrite.

O principal cliente será o governo federal, que tem apoiado a criação da companhia desde 2012.

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