Negócios

Nippon quer regra de alternância de poder na Usiminas

Presidente da Nippon Steel afirmou que a principal desavença com a Ternium tem a ver com a presidência da Usiminas

Usiminas: Nippon quer formalizar uma regra de alternância de poder com a Ternium (Nelio Rodrigues/Site Exame)

Usiminas: Nippon quer formalizar uma regra de alternância de poder com a Ternium (Nelio Rodrigues/Site Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 17 de janeiro de 2017 às 14h45.

São Paulo - A Nippon Steel quer que seja implementada uma regra de alternância de poder com a Ternium na Usiminas.

A proposta seria de que uma das companhias indicasse o presidente executivo, ao passo que a outra apontasse o nome do presidente do conselho de administração.

Depois de um prazo, que seria estabelecido, as companhias fariam suas indicações de forma alternada. "Acreditamos que a principal desavença com a Ternium é sobre a falta de consenso na escolha desses dois cargos", disse o presidente da Nippon Steel no Brasil, Hironobu Nose, em coletiva de imprensa.

Conforme o acordo de acionistas firmado entre as companhias é necessário consenso na escolha do presidente executivo e do presidente do colegiado.

O executivo disse que acredita que essa será a melhor fórmula para que os controladores da Usiminas cheguem, finalmente, a um acordo.

Para isso, abriria mão, por exemplo, de fazer a primeira indicação para a presidência e aceitaria Sergio Leite, vice-presidente Comercial da Usiminas, no posto.

Nesse sentido, o atual presidente, Rômel de Souza, iria para a presidência do Conselho de Administração. "Acreditamos que Rômel seria o principal nome, mas faríamos essa concessão", disse.

Segundo o executivo, ainda não houve reunião formal entre as empresas, mas a Ternium já teria recusado essa proposta.

"Temos uma joint venture igualitária na Usiminas", frisou o executivo. Nose afirmou que seguirá buscando negociar com a Ternium e que há conversas para que as empresas marquem uma reunião formal.

Exatamente pela administração ser feita de forma conjunta, Nose afirmou que não vê problema em mudança na administração da Usiminas de forma periódica, tendo em vista a fragilidade financeira que vem atravessando a empresa. Para ele, os cargos definidos na companhia seguiriam o princípio de melhor interesse para a Usiminas.

A Ternium havia proposto no final do ano passado uma mudança no acordo de acionistas da Usiminas, com a inclusão de uma cláusula de saída, ou seja, em caso de desavença a empresa que pagasse mais pela fatia do outro faria a aquisição.Nose classificou essa proposta como uma "roleta russa" e disse que sua adoção iria contra o melhor interesse da Usiminas.

Segundo ele, caso essa cláusula fosse ativada a companhia compradora pagaria mais pelas ações do que seu valor de mercado, fazendo que decisões de curto prazo na Usiminas fossem tomadas para recuperar o valor investido.

"Isso poderia levar a um elevado pagamento de dividendos e sacrifício para a empresa no corte de custos", disse.

Ele comentou que as partes não estão conversando sobre encerrar a joint venture e que não há tratativas para uma divisão da Usiminas, com cada companhia ficando com parte dos ativos.

Caso a Ternium queira vender sua fatia da Usiminas, Nose disse que conversará com a companhia, mas que esse movimento trataria de uma venda simples de ações e não de uma cláusula de saída.

Apesar disso, a Nippon acredita que há "ambiente" para a manutenção na parceria entre os grupos no Brasil, desde que sejam estabelecidas regras mais claras para a escolha desses cargos.

Acompanhe tudo sobre:Nippon SteelUsiminas

Mais de Negócios

Eles estudaram juntos e começaram o negócio com R$ 700. Agora faturam R$ 12 milhões

De hábito diário a objeto de desejo: como a Nespresso transformou o café em luxo com suas cápsulas?

Mesbla, Mappin, Arapuã e Jumbo Eletro: o que aconteceu com as grandes lojas que bombaram nos anos 80

O negócio que ele abriu no início da pandemia com R$ 500 fatura R$ 20 milhões em 2024