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Netshoes mira América Latina para manter crescimento

Companhia abriu um novo centro de distribuição na Argentina, reforçando aposta no crescimento do comércio eletrônico em países da América Latina


	Comércio eletrônico: Netshoes viu o faturamento bruto na Argentina subir 122 por cento no ano passado
 (foto/Getty Images)

Comércio eletrônico: Netshoes viu o faturamento bruto na Argentina subir 122 por cento no ano passado (foto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2014 às 08h56.

São Paulo - A Netshoes, que afirma ser o maior site de venda de artigos esportivos do mundo, abriu um novo centro de distribuição na Argentina, em uma investida que reforça sua aposta no crescimento do comércio eletrônico em países da América Latina.

A opção pelo novo centro ocorreu dois anos antes do previsto, disse o diretor geral da Netshoes para a região, Alberto Calvo. A nova instalação na Argentina tem quatro vezes mais capacidade do que a que vinha sendo usada pela companhia no país.

A Netshoes viu o faturamento bruto na Argentina subir 122 por cento no ano passado, período em que o faturamento global da empresa cresceu 18,9 por cento, a 1,3 bilhão de reais. O site brasileiro iniciou operações no país vizinho em 2011.

Além da Argentina e do Brasil, seu principal mercado, a Netshoes também opera no México desde 2011.

Em entrevista à Reuters, Calvo disse que a expectativa é que o novo centro de distribuição argentino, em Garin, na grande Buenos Aires, dê suporte ao crescimento da Netshoes na Argentina para os próximos dois anos.

Por trás do otimismo com a manutenção de vendas em ritmo acelerado, está o próprio tamanho do comércio eletrônico argentino, ainda modesto quando comparado ao do Brasil, líder da América Latina.

Segundo a empresa de pesquisas eMarketer, as vendas do varejo online brasileiro devem alcançar 21,2 bilhões de dólares em 2014, em estimativa que também inclui a comercialização de passagens aéreas pela Internet.

Na Argentina, a cifra deve ser de 4,4 bilhões de dólares, enquanto no México o mercado deve chegar a 11,4 bilhões de dólares.

"Nós vemos que o Brasil está entre dois a três anos à frente da Argentina e isso facilita muito a nossa operação porque estudamos muito bem o que foi já foi feito no Brasil", disse Calvo. A empresa, que chegou a patrocinar times de futebol como Santos e Atlético Paranaense para aumentar a visibilidade da marca no Brasil, adotou a estratégia com o argentino River Plate neste ano, também lançando a loja do clube em seu site.

No México, a Netshoes abriu no ano passado as lojas virtuais da NFL e da NBA, ligas de futebol americano e de basquete dos Estados Unidos, respectivamente. "O comércio eletrônico no resto da América Latina ainda está em etapa de desenvolvimento", afirmou Calvo. "A operação fora do Brasil para a Netshoes é de importância porque o futuro do crescimento está nos mercados internacionais."

Embora a companhia estude a entrada em países como Chile, Peru e Colômbia, o foco atual está em consolidar as operações na Argentina e México, principalmente após ter recebido em maio rodada de investimentos de 170 milhões de dólares, liderada pelo fundo de Cingapura GIC.

"O nível de crescimento da Netshoes na Argentina é maior, ainda que o potencial no México seja superior", disse Calvo, sem detalhar investimentos. "Acredito que talvez para o próximo ano os dois mercados vão ser iguais (em termos de representatividade para a empresa)."

A expansão internacional da Netshoes ganha musculatura num momento em que a competição no varejo online brasileiro fica mais acirrada, com injeções de capital sendo feitas em empresas que ainda lutam para ficar no azul num setor de margens apertadas e que exige investimento intensivo.

No ano passado, a Netshoes teve prejuízo líquido de 71,8 milhões de reais, ante perda de 93,7 milhões em 2012. Recentemente, a líder do comércio eletrônico no Brasil, B2W, dona de sites como Americanas.com e Submarino, anunciou aumento de capital de 2,38 bilhões de reais. Já a Nova Pontocom, do Grupo Pão de Açúcar, vai unir suas operações na Internet com as do francês Casino para futura listagem em bolsa nos Estados Unidos.

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