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Na Zona da Mata Mineira, mãe e filha apostam em semijoias, faturam R$1,8 milhão e projetam franquias

Em 2023, a Nacarati movimentou cerca de R$ 150 mil mensalmente, quase o dobro do que fazia nos anos anteriores

Giovana e Karla Nacarati: queremos abrir unidades em outras cidades e estados (Estímulo/Divulgação)

Giovana e Karla Nacarati: queremos abrir unidades em outras cidades e estados (Estímulo/Divulgação)

Estímulo
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Publicado em 7 de março de 2024 às 07h09.

Última atualização em 7 de março de 2024 às 07h24.

Empreendedora por circunstância, Karla Nacarati estava estudando para cursar Medicina em meados de 2009. Sem muita certeza sobre seguir a carreira da saúde, a mineira que acabara de chegar de Belo Horizonte para prestar vestibular em cidades próximas à Manhuaçu - região da zona da Mata Mineira onde sua família morava - se deparou com a oportunidade de empreender com a sua mãe, que, na época, tinha acabado de deixar o serviço público na prefeitura de Alto Jequitibá. 

No começo, até para não abandonar por completo a ideia de vestibular, Nacarati apenas ajudou a mãe, mas logo se viu totalmente envolvida com o projeto. Criaram uma loja feminina de acessórios em geral, a Fashion, algo que não havia na região. O início envolveu viagens semanais de mãe e filha a São Paulo para compras em centros comerciais, como a 25 de Março. 

A estrutura da loja foi arquitetada pelas duas, que começaram adquirindo bijuterias importadas do Oriente. Logo, o empreendimento enfrentou o primeiro baque: as peças oxidavam rapidamente. A saída foi investir em artigos nacionais e, a partir daí, o negócio andou. Os produtos também foram bem recepcionados em uma joalheria da cidade vizinha de Manhuaçu, com a qual fizeram parceria. 

“Resolvi alugar um ponto maior e montar a loja. Sempre com a ajuda do meu pai, que foi e ainda é nosso aliado. Precisei levantar um dinheiro alto na época para conseguir a estrutura e o estoque necessários para essa nova fase”, afirma Nacarati.

Passados os primeiros dois anos, mãe e filha decidiram por um nome menos genérico e escolheram Nacarati, o sobrenome da família. De lá para cá, as sócias abriram mais uma loja, em Alto Jequitibá, e se dividem na gestão, uma em cada unidade, além do cuidado com as redes sociais. Em breve, a rede ganhará um e-commerce.

Como uma empreendedora apaixonada por moda e antenada às últimas tendências, Karla faz a criação das peças e desenvolve coleções próprias de semijóias. O foco está em brincos, aneis, pulseiras e colares. Em média, hoje 60% do estoque são de produção própria, todos com camadas hipoalergênicas. 

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A empresa também garante 10 milésimos de ouro em cada peça, o que oferece maior durabilidade aos itens. Os 40% restantes são modelos prontos semiprontos, que necessitam apenas de finalização. Para operar o negócio, a empresa usa uma fábrica terceirizada, localizada em São Paulo. Hoje, o negócio conta com 10 funcionárias.

Dificuldades e mudanças de rota

“Eu e minha mãe sempre buscamos novidades e tendências, para trazer qualidade aos nossos clientes. Muitos desafios e a falta de experiência marcaram nossos 6 primeiros anos, mas conseguimos superá-los”, diz Nacarati.

Um desses momentos foi durante a pandemia de Covid-19, quando as duas precisaram buscar apoio financeiro para superar o período de incertezas e a baixa nas vendas. 

As empreendedoras recorreram ao fundo de impacto Estímulo e conseguiram R$30 mil, valor que deu fôlego para o fluxo de caixa na época. Nos anos seguintes, o fundo continuou apoiando a dupla e liberou mais três recursos, o último no valor de R$200 mil. 

Com a empresa mais consolidada, elas se estabeleceram em melhores endereços comerciais nas duas cidades onde mantêm as lojas.

A movimentação contribuiu para a aceleração do negócio, que fechou o ano de 2023 com faturamento de R$1,8 milhão. Entre 2020 e 2022, as lojas transacionaram em torno de R$ 80 mil por mês, valor que subiu para a faixa de R$ 150 mil ao longo do ano passado.

A expansão do negócio tem feito com que mãe e filha pensem em novos horizontes para a Nacarati. Nos próximos meses, elas querem abrir unidades em outras cidades e estados. Além disso, consideram levar as lojas para o modelo de franquias.

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