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Na Sami, é hora de levar o plano de saúde dos MEIs para as grandes empresas

Startup que oferece planos de saúde para profissionais autônomos e pequenas empresas lança nova categoria de olho em grandes companhias; CEO detalha estratégia

Vitor Asseituno, CEO da Sami: startup lança plano de saúde premium (Fernando Mendes/Sami/Divulgação)

Vitor Asseituno, CEO da Sami: startup lança plano de saúde premium (Fernando Mendes/Sami/Divulgação)

A healthtech Sami, de planos de saúde para pequenas empresas e microempreendedores individuais (MEIs), vê uma nova empreitada em busca das grandes corporações como forma de reforçar seu propósito inicial: o de oferecer assistência de saúde a preços populares.

Neste mês, a startup lançou um novo produto, o Sami Coral, agora voltado a grandes empresas. O racional está em apostar em clientes interessados em serviços mais “premium”, especialmente executivos de alta patente e que exercem algum cargo de liderança em empresas já clientes da Sami, explica Vitor Asseituno, CEO da Sami. “Percebemos uma demanda não atendida de executivos, diretores e líderes que gostariam de uma rede mais bem avaliada e com hospitais mais sofisticados”, diz.

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Trata-se de uma estratégia pouco convencional para a Sami, já que até aqui, a atuação da startup estava pautada, basicamente, em lançar produtos mais baratos periodicamente.

O que é o novo plano

O primeiro lançamento inclui instituições de primeira linha para atender uma fatia de público com gostos mais refinados. Na lista estão os hospitais Samaritano e São Camilo, em São Paulo. O valor, segundo a empresa, parte de R$ 399.

Do lado da gestão, a proposta é facilitar o dia a dia da área de recursos humanos. Segundo Asseituno, a facilidade está em evitar a gestão simultânea de dois ou mais planos de saúde, uma vez que diretores precisavam contratar planos além dos oferecidos pela Sami e disponibilizados ao restante dos funcionários.

Para a Sami, o benefício está em reter pequenas empresas que, até então, eram desassistidas de redes mais refinadas de hospitais e poderiam buscar na concorrência a resposta para esse problema. ”Ainda que para um público mais premium, o nosso propósito não muda: vamos democratizar a assistência de saúde. E para isso, esse complemento de portfólio era necessário”, diz o CEO.

O objetivo é incluir novos hospitais todos os meses, também em outras localidades da região metropolitana de São Paulo, como Guarulhos, Santo André e Osasco.

A expectativa é que o plano premium, ainda que dedicado a pequenas empresas, represente algo como 10% nas vendas da Sami já nos próximos meses.

 O modelo de negócios da Sami

Fundada em 2018, a Sami pretende democratizar o acesso à saúde com planos até 25% mais baratos que a média cobrada pelo mercado. “O problema que resolvemos, desde o início, é simples: o plano de saúde é ainda muito caro no Brasil. Queremos mudar isso”, explica.

A ideia é fugir do mainstream, com planos mais acessíveis e com uma rede credenciada tão parruda quanto a oferecida pelos principais players do setor. De início, a maneira mais viável para cumprir com este objetivo, para a Sami, estava em apostar nos profissionais autônomos, a exemplo dos microempreendedores individuais — público ainda desassistido de opções assistenciais de saúde privada.

De lá para cá, novas demandas surgiram, e a healthtech adaptou seus planos para pequenas empresas, com dez ou mais funcionários. Hoje já são mais de 60 clientes neste perfil.  “A cada semestre lançamos planos mais baratos, e olhar para as PMEs foi uma maneira de acelerar o cescimento”, diz.

Os números da startup

O lançamento do plano premium acontece em bom momento para a empresa. Em agosto, a Sami chegou a marca de 11.000 clientes, em grande parte pequenos empreendedores e profissionais autônomos.

Em 2021, a empresa faturou R$ 9 milhões. Segundo Asseituno, o crescimento da empresa se aproxima de 30% ao mês. Até o final do ano, a Sami pretende ter 15.000 vidas e um faturamento de R$ 60 milhões.

Por que o plano de saúde da Sami é mais barato?

As margens menores se justificam pela digitalização do negócio. Segundo o fundador, 75% dos atendimentos são feitos de forma digital, com a ajuda do apelo da telemedicina.

Isso, na ponta, repercute em uma grande economia — de materiais médicos a infraestrutura e tempo. “Sem dúvida, a agilidade da telemedicina gera custos menores", diz.

Em segundo lugar, a percepção de que a grande maioria dos planos de saúde acumulava aos montes hospitais no famigerado “livrinho do convênio” também virou uma oportunidade para a healthtech. “Víamos que na maioria das operadoras faltava monitoramento da qualidade da rede pelo excesso de hospitais”, diz. Hoje, a Sami opta por uma rede mais enxuta, para facilitar o acompanhamento dos protocolos de segurança e gestão de cada instituição.

Numa outra ponta, ações voltadas à inteligência e integração de dados de pacientes entre Sami e hospitais da rede credenciada busca poupar tempo — o que, na prática, também significa mais eficiência.

Com um banco de dados abastecido com históricos médicos de pacientes, consultas tendem a ser mais ágeis, há menor repetição de exames e uso de utensílios médicos cai. Tudo isso somado repercute em planos mais baratos.

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