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Na reta final de Galló, a Renner é tudo isso mesmo?

Varejista gaúcha, que divulga seus resultados nesta quinta-feira, vive momento considerado “espetacular” por analistas

Renner: ano passado a empresa foi escolhida a empresa do ano da premiação Melhores e Maiores, de EXAME. (Germano Lüders/Exame)

Renner: ano passado a empresa foi escolhida a empresa do ano da premiação Melhores e Maiores, de EXAME. (Germano Lüders/Exame)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de fevereiro de 2019 às 07h05.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2019 às 07h25.

No início de 2019 da varejista Lojas Renner, os eventos importantes têm tom de despedida. É o que deve acontecer mais uma vez nesta quinta-feira, quando uma das estrelas da bolsa brasileira divulga seu resultados consolidados de 2018 após o fechamento do pregão.

Após 26 à frente do negócio, José Galló vai passar o bastão para o atual diretor de produto, Fábio Faccio, em 18 de abril. Com 19 anos de empresa, Faccio deve manter o estilo de gestão que levou uma das poucas corporações brasileiras — as empresas com controle pulverizado em bolsa — a superar as condições de mercado nas mais variadas circunstâncias.

Quando Galló assumiu a Renner, em 1992, a varejista gaúcha tinha oito lojas e 800 funcionários. Hoje, tem mais de 500 lojas, 19.000 funcionários e vale mais de 31 bilhões de reais na bolsa. Ano passado a Renner foi escolhida a empresa do ano da premiação Melhores e Maiores, de EXAME. Tudo isso com um estilo espartano: Galló visita lojas nos fins de semana com a família, almoça no restaurante dos funcionários e usa roupas da Renner no dia-a-dia.

Faccio vai ser cobrado por manter o estilo “simplão” da varejista num momento de mudanças. Um de seus principais desafios será conduzir a expansão internacional da Renner. Desde 2016, a varejista abriu seis lojas no Uruguai, e agora se prepara para abrir três unidades na Argentina no segundo semestre. Apesar de tímida, a expansão uruguaia exigiu a revisão de 140 processos operacionais e preparou o terreno para investida no mercado argentino. Segundo relatório do banco BTG Pactual, a escolha da Argentina é justificada e reforça o otimismo do banco com o futuro da varejista.

O banco Itaú BBA prevê faturamento de 2,576 bilhões de reais no quarto trimestre, alta de 15,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O lucro líquido deve bater 411 milhões de reais, com alta de 24% em relação aos últimos três meses de 2018. Segundo o Itaú BBA, o crescimento na venda em lojas abertas há mais de 12 meses deve chegar a dois dígitos, o que aponta para uma tendência de aceleração para 2019.

O Banco Brasil Plural prevê que a Renner continue a reportar resultados “espetaculares”, com acerto nas coleções e bons resultados na Black Friday. Para o Brasil Plural, a Renner continua sendo a estrela do varejo de moda no Brasil, num cenário em que concorrentes como Marisa, Hering, Restoque e Guararapes têm dificuldades com que lidar.

Neste cenário, o legado de Galló deve continuar importante. O ainda presidente costuma dizer que “encantar é dar mais que o cliente quer”. Vale para os clientes, mas também vale para os investidores. Com tanto otimismo na mesa, o ano da Renner será acompanhado de perto.

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