Na febre das corridas de ruas, ele faz R$ 4,5 milhões com corridas em shoppings e até em aeroportos
A Fuse, criada em 2003, tem 60% do faturamento oriundo da realização de corridas em lugares inusitados
Repórter de Negócios
Publicado em 22 de julho de 2024 às 11h59.
Última atualização em 22 de julho de 2024 às 14h32.
A cada fim de semana, milhares de pessoas se unem nas mais variadas cidades do país para participar de corridas de ruas. Quando Alessandro Zonzini começou a descobrir este universo as coisas não eram bem assim.
Publicitário de formação, ele fundou a Fuse Eventos Esportivos em 2003 em São Paulo após ser convidado por seus tios, professores de educação física, para ajudar na organização de uma corrida. "Eles odiaram a experiência, nunca mais fizeram nenhuma, mas o bichinho da corrida de rua me picou", afirma Zonzini.
Com mais de 20 anos de atividade, a empresa organizou mais de 500 provas e já colocou para correr e caminhar mais de 2 milhões de pessoas. Mas, ao contrário de outras organizadoras de corridas como a Iguana Sports e a Yescom, o que puxa o crescimento da Fuse não são provas de rua em regiões como o Pacaembu e a marginal Pinheiros, para ficar em pontos conhecidos da capital paulista.
E sim shoppings centers e outros espaços inusitados como o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, em um movimento que a empresa deu início a partir de 2010. “São corridas que trazem comodidade, tranquilidade, segurança, banheiro limpo, coisas que, às vezes, em evento na rua você não vai ter”, diz o empreendedor.
Como esse negócio começou
Nos trajetos, os atletas entram pelos corredores dos shoppings, cortam pelo estacionamento e vão usando todos os espaços disponíveis nos centros comerciais. As provas, em geral, têm entre 5 e 10 quilômetros.
Para os shoppings, a promoção das provas arregimenta um público tanto na retirada dos kits quanto na abertura das lojas no domingo, o dia da semana em que as provas são realizadas.
Dos R$ 4,5 milhões que a Fuse faturou no ano passado, 60% vieram das corridas nesses ambientes. "Nós queríamos fazer o arroz com feijão com tempero para ser diferente e começou a estudar outros locais para organização de eventos", diz Zonzini. "Hoje, os nossos maiores eventos são em shoppings, parques, aeroportos".
No calendário da empresa, estão no prova em lugares como o Tietê Plaza Shopping, Butantã Shopping e Complexo Tatuapé. Um dos primeiros a embarcar nesta história e hoje o principal parceiro da Fuse é o SP Market, com a competição feminina SP Pink e Corrida Divertida Turma da Mônica, duas das mais longevas da organizadora.
Onde está o próximo desafio da Fuse
Na toada de diferenciação, a Fuse desenvolveu também um portfólio de provas infantis e até para pets. Muitas delas, em parceria com marcas como a Hello Kitty e D.P.A Pequeno Torcedor. A corrida em aeroporto, no caso em Guarulhos, começou em 2018, com a Lufthansa como patrocinadora.
A prova agora deve ganhar novas versões em outros destinos a partir de 2025.As negociações acompanham um projeto maior da Fuse, que pretende avançar pelo Brasil e diminuir a dependência do mercado paulista. 95% do faturamento está no estado sudestino, onde o negócio começou.
“A partir de 2025, nós vamos sair mais de São Paulo. Dependendo do estado, levamos a nossa base daqui para organizar os eventos. Em outros casos, trabalhamos com parceiros que nos ajudam a estruturar tudo”, diz Zonzini. A estratégia deve ajudar a Fuse a bater a meta de faturar R$ 5 milhões, pouco mais de 10% em relação aos números do ano passado.