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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Ainda que um número menor de pares de sapato tenha entrando em solo estrangeiro, o faturamento das exportações em 2005 foi o maior dos últimos 12 anos. O setor calçadista exportou 1,88 bilhão de dólares no ano passado contra 1,809 bilhão em 2004, registrando crescimento de 4%.
Uma vez que o volume de pares de calçado exportados diminui, o faturamento maior foi possível graças ao aumento do preço do produto. Mas o resultado não é motivo de comemoração, segundo a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados). "Temos que destacar que o que aumentou foi o faturamento, e não a lucratividade", diz seu presidente, Elcio Jacometti. Segundo ele, caso o câmbio não tivesse prejudicado o setor no ano passado, o aumento das exportações teria sido de 20%. "Poderíamos ter atingido bem mais que 2 bilhões de dólares", afirma.
Ao longo de 2005, foram exportados 189 milhões de pares, contra 212 milhões em 2004 queda de 11%. A contrapartida foi o aumento do preço por unidade para 9,97 dólares, ante 8,53 dólares no ano retrasado. O reajuste de 17%, segundo a Abicalçados, foi resultado das mudanças de processos, de tecnologia e de design desenvolvidas pelas empresas.
O país que mais deixou de importar calçados do Brasil em 2005 foram os Estados Unidos, sobretudo devido à alta de preço do produto. Os americanos diminuíram em 13% o volume de pares. Também reduziram as compras, a Argentina (8%), México (20%) e Canadá (17%). Por outro lado, mercados potenciais para o Brasil registraram incrementos expressivos nas importações. Os britânicos compraram 13% a mais (10,7 milhões de pares); os espanhóis, 10% (5,8 milhões), e os italianos, 28% (2,9 milhões).
Reação em 2006
A indústria calçadista deve apresentar "leve reação" neste ano, segundo Jacometi. Para tanto, ele diz que é preciso que o governo federal implante as medidas sugeridas pelo setor em reunião no dia 21 de dezembro, que contou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As medidas mais importantes, de acordo com a entidade, foram dividas em quatro grandes blocos governamentais e estão em estudo.
O BNDES é responsável por analisar o câmbio e financiamentos; a Receita Federal, pelo ressarcimento dos créditos fiscais e pelas questões aduaneiras (restrição aos produtos importados); e a Câmara de Comércio Exterior, pelos encaminhamentos para a Tarifa Externa Comum (TEC). O Ministério da Fazenda e o Banco do Brasil respondem por parte dos financiamentos, que não dependem apenas do BNDES.