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BNDES faz proposta oficial de ajuda à Varig

Com apresentação do quarto plano de recuperação, decisão de credores é novamente adiada

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Os credores da Varig não decidiram nada nesta quarta-feira (19/10), a não ser remarcar a assembléia para a próxima quarta, dia 26. Mas o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi responsável por uma novidade na longa novela em que se transformou a tentativa da companhia aérea de sair da maior crise financeira de sua história.

O assessor da presidência do banco estatal, Sérgio Varella, apresentou na assembléia, convocada para escolher um plano de recuperação da companhia, uma nova proposta. O plano é criar uma sociedade de propósito específico (SPE) para adquirir todas as ações da VarigLog, de transporte de cargas, e da Varig Engenharia e Manutenção (VEM).

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O BNDES, estaria disposto a financiar investidores reunidos sob a SPE (que poderiam incluir fundos de pensão ou investidores internacionais), em dois terços do valor da aquisição das ações da VarigLog e VEM -- desde que tais investidores se qualifiquem a receber crédito do BNDES.

Em uma primeira fase, seriam concedidos recursos em montante suficiente para que, somados às parcelas dos investidores, alcancem o mínimo de 62 milhões de dólares. O valor pode ser maior, dependendo do resultado de uma avaliação mais detalhada do valor real das subsidiárias, sempre respeitada a proporação de um terço para os investidores e dois terços para o banco. A avaliação seria concluída em 90 dias. Os recursos do BNDES seguiriam direto para o pagamento de passivos da Varig.

Guerra de propostas

Além da proposta do BNDES, há outras três já explicitadas: a dos atuais gestores da Varig (venda da VarigLog e a demissão de 13% dos empregados), a do empresário Nelson Tanuri, por meio da Companhia Docas do Rio de Janeiro (manutenção do fundo de pensão Aeros, aporte inicial de 40 milhões de dólares e investimentos de 360 milhões, sem venda de ativos e com a participação do BNDES) e a dos Trabalhadores do Grupo Varig-TGV (manutenção dos empregos e da VarigLog e fim do fundo de pensão Aeros). Tanure é apoiado por seis sindicatos, incluindo o dos Aeronautas, Aeroviários e da Federação Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil.

Para Márcio Marcillac, coordenador do TGV, uma eventual participação do BNDES no processo de reestruturação da empresa trará confiança a credores e investidores.

Empresas de leasing ameaçam retomar aeronaves a partir de amanhã, em uma ação que corre na Justiça de Nova York. A Varig deve 63 milhões de dólares às companhias de leasing. Segunda-feira haverá audiência na justiça americana para analisar os pedidos de fornecedores da empresa para a retomada dos aviões. "Faço apelo de que a posição do governo [de apoiar a Varig via BNDES] seja comunicada imediatamente à Corte de Nova York", disse durante a assembléia o presidente da Varig, Omar Carneiro. O aviso foi encaminhado imediatamente.

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