O transporte de cargas está assumindo importância crescente como fonte de receita para as companhias aéreas dos Estados Unidos. Ainda responsável por uma parcela pequena do faturamento, o negócio torna-se aos poucos o ponto de apoio das empresas, já que as margens de lucro com transporte de passageiros estão pressionadas.

As maiores companhias americanas devem registrar em 2005 um prejuízo conjunto de 5,5 bilhões de dólares, resultado dos altos custos de combustível e da intensa concorrência. Mas enquanto essa competição bloqueia o repasse dos custos para os passageiros, os clientes de carga são têm se mostrado mais flexíveis para absorver aumentos, afirma reportagem desta quarta-feira (19/10) do diário americano The Wall Street Journal.

As empresas não costumam revelar os lucros gerados com as operações de carga, mas sabe-se que respondem, na média, por 5% do faturamento. Em períodos de pico, geram 30% do faturamento com vôos da United Airlines para a Ásia, por exemplo. "[O transporte de cargas] traz uma contribuição muito substancial para a rentabilidade de uma aeronave", afirma David Brooks, presidente da divisão de cargas da American Airlines.

A Northwest Airlines tem 14 cargueiros Boeing 747-200, com os quais obteve receita de 239 milhões de dólares no segundo trimestre deste ano, 32% superior ao resultado apurado há dois anos, em mesmo período. A Continental Airlines investiu 100 milhões de dólares para aprimorar instalações de manipulação de cargas em Nova York e Houston. A American inicia em breve um vôo de carga nonstop de Chicago para Nova Délhi.

"No passado, carga era encarada como um adendo não previsto originalmente para gerar receita", afirma Scott Dolan, presidente da área de cargas da United. "Agora, trata-se de preencher qualquer área disponível para fazer alguma receita e gerar algum lucro."