Por Leonardo Goy

Brasília - O presidente da Eletrobrás, José Antônio Muniz Lopes, disse hoje que caberá ao Conselho de Administração da estatal definir como será a participação da empresa ou de suas subsidiárias no leilão da hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Mas, segundo Muniz, o mesmo conselho já decidiu que, depois do leilão, quando o consórcio vencedor for obrigado a formar uma nova empresa - conhecida como Sociedade de Propósito Específico (SPE) - quem estará representada como sócia será a própria holding, a Eletrobrás.

O governo estuda duas hipóteses para a participação do grupo no leilão. Na primeira, em um modelo semelhante ao adotado nos leilões das usinas do Rio Madeira, as subsidiárias da Eletrobrás (como Furnas, Eletronorte, Chesf ou Eletrosul) seriam divididas entre diferentes consórcios inscritos na disputa. Pela segunda fórmula, o grupo ficaria de fora do leilão e se associaria depois ao vencedor.

O que Muniz explicou que está decidido é que, mesmo se o grupo estiver representado no leilão por uma subsidiária que integre um dos consórcios, depois do leilão, na hora de formar a SPE, quem entrará como sócio será a controladora, ou seja, a Eletrobrás. Segundo ele, isso valerá para todos os grandes leilões de hidrelétricas daqui para a frente.

Muniz defendeu também que, "se depender da Eletrobrás, quem vai representá-la operacionalmente ao longo do projeto de Belo Monte será a Eletronorte. "Defendemos que seja a Eletronorte por tudo que ela realizou por Belo Monte desde a década de 70", disse Muniz referindo-se ao fato de que a empresa estuda o projeto de Belo Monte desde essa época. Na sua defesa pela Eletronorte, Muniz lembrou ainda que, apesar de a empresa ter a Região Norte do país como sua área de atuação, ela não está presente em nenhuma das duas usinas do Rio Madeira. Em Santo Antônio, quem está é Furnas e, em Jirau, a Chesf e a Eletrosul.