MRV: margens da empresa têm sofrido impacto de unidades vendidas em 2011 a preços mais baixos e pressões de custos que ainda se refletiram nestes resultados (LEO DRUMOND /AGENCIA NITRO)
Da Redação
Publicado em 12 de novembro de 2013 às 13h59.
Rio de Janeiro - A MRV Engenharia vê um cenário de margens de lucro crescentes nos próximos três anos, enquanto os lançamentos de imóveis pela companhia devem retomar sua velocidade "normal" já no quarto trimestre.
"A margem hoje é a menor margem dos próximos anos. Não vemos as margens decrescerem por qualquer compressão de custos ou concorrência", disse o presidente-executivo da construtora e incorporadora, Rubens Menin, em teleconferência com analistas nesta terça-feira.
A empresa, que divulgou na véspera um lucro líquido de 131 milhões de reais para o terceiro trimestre, teve margem bruta de 26,6 por cento, e margem Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) de 18,3 por cento. Um ano antes, as margens tinham sido de 28,7 e 22,5 por cento, respectivamente.
As margens da empresa têm sofrido impacto de unidades vendidas em 2011 a preços mais baixos e pressões de custos que ainda se refletiram nestes resultados. Com a recuperação de preços desde 2012 e uma política de crédito mais restritiva.
A expectativa da companhia é que as margens terão um reflexo mais positivo em 2014 e 2015, quando devem chegar, eventualmente, na casa dos 30 por cento, disse o diretor-executivo de finanças da MRV, Leonardo Corrêa.
Ainda segundo Corrêa, o nível de unidades repassadas aos bancos -- fundamental para a geração de caixa da companhia -- deverá ficar em torno e 10 mil unidades, podendo ser maior em alguns períodos.
"Durante alguns trimestres, vamos ter geração de caixa maior do que o lucro líquido ou Ebitda", afirmou o executivo.
No terceiro trimestre, a geração de caixa da empresa foi de 208 milhões de reais, e surpreendeu analistas e investidores.
"Mesmo que ainda haja um caminho significativo a percorrer para restaurar totalmente a rentabilidade, estes resultados foram na direção certa", disse em relatório a analista do Credit Suisse, Nicole Hirakawa, citando a geração de caixa e melhora da lucratividade da MRV.
Distratos e lançamentos
A MRV, que adotou uma política mais restritiva de crédito e por isso tem visto um nível maior de cancelamento de contratos (distratos) este ano, disse que eles devem se repetir no quarto trimestre.
"Isso estava previsto. Não vai mudar, não", disse Menin, reiterando que a "qualidade de revenda está muito boa".
Segundo o executivo, a companhia preferiu lançar menos empreendimentos no terceiro trimestre para vender mais estoques e que já neste quarto trimestre eles devem retomar a velocidade "normal, de cruzeiro".
Entre julho e setembro, os lançamentos de imóveis caíram 25,5 por cento na comparação anual, para 788 milhões de reais. Já as vendas cresceram 35 por cento, a 1,388 bilhão de reais, baseadas nos esforços da MRV de reduzir estoques.
Corrêa disse ainda que uma possível oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da Log Commercial Properties não é algo de "curtíssimo prazo", mas que a unidade está caminhando para se tornar independente.
Em agosto, a MRV protocolou na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pedido de registro de companhia aberta de sua unidade de gestão de espaços comerciais.
Às 14h26, as ações da MRV exibiam queda de 1,35 por cento, para 8,80 reais, enquanto o Ibovespa tinha queda de 1,07 por cento.