Plataforma da OGX: Ministério Público contestou o fato de a ANP aceitar a petroleira usar óleo do campo de Tubarão Martelo como garantia (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2013 às 19h25.
Rio - O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MP/TCU) pediu nesta quinta-feira, 01, à Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) explicações sobre medida da reguladora em relação à OGX. O procurador Marinus Marsico vai investigar se houve algum tipo de benefício à petroleira do empresário Eike Batista.
O MP contestou o fato de a ANP aceitar a OGX usar óleo do campo de Tubarão Martelo como garantia pelas obrigações referentes à 11ª Rodada de licitação, realizada em maio. A OGX arrematou 13 blocos e precisa garantir para os blocos um investimento mínimo em exploração.
O uso de óleo como garantia para o investimento já foi empregado por outras empresas, mas isso geralmente acontece com campos em produção e reservas provadas. Tubarão Martelo ainda não está em produção. A área técnica da própria ANP levantou dúvidas quanto ao volume que será produzido, e pediu à OGX, em junho, para revisar suas estimativas e modelos geológicos.
Marsico destaca que o uso de óleo como garantia é legal. Mas o procurador considerou a aceitação inusitada e excepcional, já que o mercado considera a possibilidade de a OGX liquidar seus ativos. "Vamos averiguar se houve benefício à companhia", disse.
No ofício encaminhado à diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, o procurador pede que seja encaminhada "cópia do processo administrativo relativo a esse pedido, em especial dos pareceres que fundamentaram tal decisão". Solicitou ainda para ser informado sobre que tipo de garantia foi oferecida pelos arrematantes das demais bacias e setores na rodada.