Odebrecht: "Apesar das grandes quantias envolvidas, consideramos a assinatura do acordo de leniência como um fator positivo de crédito para a Odebrecht" (Vanderlei Almeida/AFP)
EFE
Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 17h05.
São Paulo - A agência de classificação de riscos Moody's elevou a nota de crédito da Odebrecht após a assinatura de um acordo de leniência com o Ministério Público Federal (MPF) pelo qual pagará cerca de R$ 6,7 bilhões em 20 anos como multa e ressarcimento por envolvimento em casos de corrupção na Petrobras.
A Moody's subiu a nota da Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) de Caa1 para B3, com perspectiva positiva, na sua escala nacional brasileira (NSR).
"Apesar das grandes quantias envolvidas, consideramos a assinatura do acordo de leniência como um fator positivo de crédito para a Odebrecht Engenharia e Construção S.A. ("OEC", Caa1 positiva), a filiada de engenharia e construção do grupo, porque finalmente retira uma incerteza de longo prazo para o seu desempenho financeiro e operacional", disse a agência em comunicado.
"O acordo permitirá que o grupo continue a conduzir negócios com o governo brasileiro e entidades relacionadas, e deverá ajudar a retirar restrições de financiamento, especialmente do BNDES. O fato de o acordo vincular, supostamente, o Departamento de Justiça dos EUA ("DOJ") e autoridades suíças também é positivo", acrescenta o texto.
Ao contrário de um acordo de delação premiada, que se refere a um pacto realizado entre a Justiça e um acusado a título pessoal, o acordo de leniência é realizado entre as autoridades e uma empresa que decide colaborar com as investigações judiciais.
Para conseguir este tipo de acordo, é preciso que a empresa reconheça sua participação em atos ilícitos, pague pelos prejuízos causados e colabore com a investigação.