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Montadoras obtêm faturamento recorde;com exportação em março

As exportações de veículos e máquinas agrícolas somaram em março 936,4 milhões de dólares, o melhor resultado mensal já apurado pela indústria. O valor é 31% maior que o obtido em março do ano passado, mas valorização do real frente

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A receita das montadoras com vendas externas nunca foi tão boa, mas o câmbio está prejudicando a lucratividade. As exportações de veículos e máquinas agrícolas somaram em março 936,4 milhões de dólares, o melhor resultado mensal já apurado pela indústria. O valor é 31% maior que o obtido em março do ano passado e 26% superior ao apurado em fevereiro deste ano. Comparando o primeiro trimestre de 2005 com mesmo período de 2004, a indústria faturou 36% mais com o mercado externo, alcançando 2,3 bilhões de dólares com as vendas de 171 700 autoveículos e 8 400 máquinas agrícolas.

Mas a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que divulgou os resultados nesta quarta-feira (6/4), não está satisfeita, embora reconheça que o ritmo das exportações surpreende. O motivo das ressalvas é que não houve ainda boas surpresas no quesito lucros. "Em nossos negócios predominam os veículos compactos, com margem estreita", diz Rogelio Golfarb, presidente da entidade que reúne 24 montadoras. "Com a desvalorização do dólar, há um forte impacto na rentabilidade das exportações."

O mercado interno também continua incapaz de empolgar o setor. O número de veículos nacionais e importados licenciados no trimestre (371 000), é apenas 4,8% maior do que os 354 000 emplacados nos três primeiros meses de 2004. "É uma taxa vegetativa de crescimento", afirma Golfarb. Por isso, o recorde verificado também nos números da produção só pode ser atribuído ao ímpeto das exportações. Foram fabricados em março 218 600 veículos leves, caminhões e ônibus, 14% mais do que em março de 2004 e 17,5% mais do que no mês anterior. No trimestre, foram 565 400 unidades, 12,5% mais do que em mesmo período do ano passado.

Tendências

Golfarb ainda espera efeitos prejudiciais mais acentuados do câmbio sobre os negócios. "É uma dinâmica internacional, sem expectativa de reversão", afirma. Outra dinâmica global que reflete no balanço das associadas à Anfavea é a trajetória das commodities agrícolas, cujos preços internacionais caíram muito na segunda metade do ano passado, corroendo os ganhos do campo, e só em fevereiro começaram a recuperar-se. "Como a renda agrícola em reais caiu tanto pela cotação quanto pelo câmbio, o produtor está cauteloso com endividamento e prefere não comprar máquinas agrícolas", diz Golfarb.

De fato, as vendas internas de itens como tratores e colheitadeiras recuaram 28% comparando os trimestres iniciais de 2005 e 2004. O desempenho levou à única revisão das projeções da Anfavea para 2005. A estimativa de vendas internas de máquinas agrícolas no ano, que já embutia uma queda de 10,5%, piorou ainda mais, para um recuo de 20,6%. As demais projeções foram mantidas, mas caso as exportações consolidem em abril o ritmo de expansão verificado no primeiro trimestre, Golfarb avisou que a associação vai melhorar sua expectativa. Por ora, ainda, espera-se uma modesta alta em receita com exportações de 7% na comparação com 2004.

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