Moedas fortes e exportações menores ameaçam a AL, diz Cepal
O afrouxamento monetário na Europa, nos Estados Unidos e no Japão tem afetado a competitividade das exportações da região
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2013 às 16h32.
Santiago - A maior vulnerabilidade que a América Latina enfrenta hoje é a apreciação cambial devido à onda de estímulos econômicos no mundo desenvolvido, enquanto seu ponto forte é a gestão macroeconômica que lhe dá resistência ante a crise global, disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
O afrouxamento monetário na Europa, nos Estados Unidos e no Japão tem afetado a competitividade das exportações da região, e por isso os países devem avaliar o momento e as medidas para administrar a entrada maciça de capitais, disse Alicia durante o Reuters Latin American Investment Summit.
"Acho que o fator de preocupação na região é a valorização cambial. Esta flexibilização monetária (...) conspira contra o dinamismo do setor exportador", disse a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
A queda dos juros nas economias desenvolvidas leva os investidores a buscarem retornos melhores em mercados que crescem com mais força e que oferecem maiores diferenciais de taxas, como a América Latina, porém a chegada desses capitais exercem pressão altista na demanda sobre as moedas.
O Brasil tem aplicado controles estritos ao investimento estrangeiro e vem interferindo com força nos mercados, enquanto os países andinos como Colômbia e Peru têm optado por compras periódicas de moedas com resultados parciais.
"Cresce a cada dia a importância de valorizar o uso de instrumentos para administrar a entrada de capitais. Muitos países estão avaliando como podem desincentivar a entrada de capitais através de reservas, impostos, porque este diferencial de taxas é um tema muito preocupante", disse Alicia.
"Nunca houve um momento de afrouxamento monetário tão intenso e de tão longa duração. Isso significa que teremos que nos preparar de maneira diferente", afirmou a secretária-geral.
Além dos efeitos das guerras cambiais, a secretária-executiva advertiu que a região deve preparar-se para exportações mais moderadas no futuro, por causa da queda de demanda na Europa e a desaceleração forçada do consumo na China.
"Nos preocupa muito o tema das exportações. No ano passado, elas caíram de forma significativa", afirmou Alicia.
A secretária-executiva também aconselhou o aprofundamento do comércio dentro da região.
Contudo, Alicia reiterou sua perspectiva de crescimento da região de 3,5 % neste ano, impulsionada pela recuperação no Brasil e sólida expansão no México, as principais economias da América Latina. No ano passado, a região cresceu 3 %, ante 4,3 % em 2011 e 5,9 % em 2010.
Alicia destacou que a inflação está sob controle e é apenas assunto de preocupação em um par de países da região (Argentina e Venezuela), em meio ao mercado de trabalho que deve registrar desempenho similar ao do ano passado. Ela acrescentou que o déficit de conta corrente é controlável na América Latina, porém a região não deve baixar a guarda.
"Hoje, continua sendo um déficit muito controlável, porém deve manter-se atento para que os gastos não superem a arrecadação", disse a secretária-executiva.
Santiago - A maior vulnerabilidade que a América Latina enfrenta hoje é a apreciação cambial devido à onda de estímulos econômicos no mundo desenvolvido, enquanto seu ponto forte é a gestão macroeconômica que lhe dá resistência ante a crise global, disse a secretária-executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
O afrouxamento monetário na Europa, nos Estados Unidos e no Japão tem afetado a competitividade das exportações da região, e por isso os países devem avaliar o momento e as medidas para administrar a entrada maciça de capitais, disse Alicia durante o Reuters Latin American Investment Summit.
"Acho que o fator de preocupação na região é a valorização cambial. Esta flexibilização monetária (...) conspira contra o dinamismo do setor exportador", disse a secretária-executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
A queda dos juros nas economias desenvolvidas leva os investidores a buscarem retornos melhores em mercados que crescem com mais força e que oferecem maiores diferenciais de taxas, como a América Latina, porém a chegada desses capitais exercem pressão altista na demanda sobre as moedas.
O Brasil tem aplicado controles estritos ao investimento estrangeiro e vem interferindo com força nos mercados, enquanto os países andinos como Colômbia e Peru têm optado por compras periódicas de moedas com resultados parciais.
"Cresce a cada dia a importância de valorizar o uso de instrumentos para administrar a entrada de capitais. Muitos países estão avaliando como podem desincentivar a entrada de capitais através de reservas, impostos, porque este diferencial de taxas é um tema muito preocupante", disse Alicia.
"Nunca houve um momento de afrouxamento monetário tão intenso e de tão longa duração. Isso significa que teremos que nos preparar de maneira diferente", afirmou a secretária-geral.
Além dos efeitos das guerras cambiais, a secretária-executiva advertiu que a região deve preparar-se para exportações mais moderadas no futuro, por causa da queda de demanda na Europa e a desaceleração forçada do consumo na China.
"Nos preocupa muito o tema das exportações. No ano passado, elas caíram de forma significativa", afirmou Alicia.
A secretária-executiva também aconselhou o aprofundamento do comércio dentro da região.
Contudo, Alicia reiterou sua perspectiva de crescimento da região de 3,5 % neste ano, impulsionada pela recuperação no Brasil e sólida expansão no México, as principais economias da América Latina. No ano passado, a região cresceu 3 %, ante 4,3 % em 2011 e 5,9 % em 2010.
Alicia destacou que a inflação está sob controle e é apenas assunto de preocupação em um par de países da região (Argentina e Venezuela), em meio ao mercado de trabalho que deve registrar desempenho similar ao do ano passado. Ela acrescentou que o déficit de conta corrente é controlável na América Latina, porém a região não deve baixar a guarda.
"Hoje, continua sendo um déficit muito controlável, porém deve manter-se atento para que os gastos não superem a arrecadação", disse a secretária-executiva.