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Microsoft quer apagar pegada de carbono da atmosfera

Até 2050, a empresa espera ter retirado o suficiente do gás para dar conta de todas as emissões diretas que já produziu

CEO da Microsoft, Satya Nadella: anuncia planos ambientais da empresa em Redmond, Washington (Lindsey Wasson/Reuters)
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Reuters

Publicado em 16 de janeiro de 2020 às 18h16.

A Microsoft disse nesta quinta-feira que pretende remover mais carbono da atmosfera do que emite até 2030 e que até 2050 espera ter retirado o suficiente para dar conta de todas as emissões diretas já produzidas pela companhia.

O foco na remoção de carbono existente da atmosfera diferencia as metas climáticas da Microsoft de outras promessas corporativas que se concentram em reduzir as emissões em andamento ou impedir as futuras.

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"Se a última década nos ensinou alguma coisa, é que a tecnologia construída sem esses princípios pode fazer mais mal do que bem", disse o presidente-executivo da Microsoft, Satya Nadella, na sede da companhia.

"Precisamos começar a compensar os efeitos prejudiciais das mudanças climáticas", disse ele, acrescentando que, se as temperaturas globais continuarem a subir, "os resultados serão devastadores".

O anúncio da maior empresa de software do mundo é o mais recente em uma enxurrada de metas sobre o clima estabelecidas por empresas depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou em 2017 decisão de retirar o país do Acordo de Paris, o pacto global para combate às mudanças climáticas.

A Microsoft planeja reduzir emissões de carbono em mais da metade até 2030 em sua cadeia de suprimentos. O plano inclui a criação de um "Fundo de Inovação Climática", que investirá 1 bilhão de dólares nos próximos quatro anos para acelerar o desenvolvimento de tecnologia de remoção de carbono.

O esforço "exigirá tecnologia até 2030 que não existe completamente hoje", disse o presidente da empresa, Brad Smith. Ele disse que a Microsoft ampliará o alcance de uma taxa interna cobrada de seus grupos de negócios por suas emissões de carbono.

Desde 2012, a Microsoft avalia a taxa de emissões diretas, uso de eletricidade e viagens aéreas, entre outras atividades, mas agora a expandirá o programa para cobrir todas as emissões relacionadas à Microsoft.

"Esse dinheiro é usado para investirmos em nosso trabalho de redução de nossas emissões de carbono", disse ele.

O cofundador da Microsoft Bill Gates foi um dos primeiros a apoiar a Carbon Engineering, com sede na Colúmbia Britânica, uma das poucas empresas que desenvolvem tecnologia de captura direta de carbono do ar.

A Microsoft "está à frente do que poderia ser um novo movimento em direção a emissões negativas", disse Elizabeth Sturcken, do Environmental Defense Fund, um grupo sem fins lucrativos, em comunicado.

"A ferramenta mais poderosa de uma empresa para combater a mudança climática é sua influência política, e estamos ansiosos para ver a Microsoft usá-la", disse ela. As tecnologias de emissão negativa incluem a captura, remoção e armazenamento de carbono da atmosfera.

O objetivo da Microsoft de remover carbono suficiente até 2050 para compensar todas as suas emissões desde a fundação da empresa em 1975 inclui emissões diretas de fontes como veículos da empresa e indiretas, como uso de eletricidade.

No início desta semana, o presidente-executivo da companhia de investimentos BlackRock, Larry Fink, disse que as empresas devem agir ou enfrentar a indignação de investidores sobre práticas comerciais insustentáveis que prejudiquem seus resultados futuros.

A Amazon.com, maior varejista online do mundo, prometeu no ano passado ter "emissão líquida zero de carbono" até 2040 e comprar 100.000 vans elétricas para entrega de pontudos depois que funcionários ativistas pressionaram a companhia a adotar uma postura mais rígida sobre os efeitos da mudança do clima.

A Microsoft planeja se tornar emissora líquida zero de carbono uma década antes da Amazon, embora isso seja em parte possível porque a empresa de software emite menos aproximadamente um terço menos de carbono que a varejista.

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