Microsoft e editoras tentam impedir acordo entre Google e UE
Empresas classificaram proposta como catastrófica, que serviria para estabelecer sua dominância no mercado de buscas online
Da Redação
Publicado em 4 de setembro de 2014 às 14h10.
Bruxelas - A Microsoft e editoras ao redor da Europa atacaram o acordo antitruste do Google com reguladores da União Europeia, o classificando como uma proposta "catastrófica" que serviria apenas para estabelecer mais firmemente sua dominância no mercado de buscas online.
O comissário europeu para a competição Joaquín Almunia está se preparando para uma decisão sobre o caso após três anos examinando se o Google desfavorece serviços de rivais nos resultados de buscas.
O espanhol de 66 anos, que chegou a um acordo preliminar com a ferramenta de buscas mais popular da Internet em fevereiro, tem cerca de dois meses para anunciar uma decisão final antes de deixar o cargo. Ele disse a 18 demandantes que pretende repelir suas queixas e está agora examinando suas respostas.
O caso se tornou cada vez mais politizado e fontes afirmaram que cerca de um terço dos colegas de Almunia na Comissão se opõem ao acordo. Fontes disseram à Reuters que a UE pode encerrar o caso atual e abrir outro sobre o sistema operacional para dispositivos móveis Android, do Google.
O diretor do site de comparação de preços britânico Foundem, Shivaun Raff, disse que a Comissão não tem evidência de que a oferta do Google de deixar três rivais exibirem logos e links em uma caixa e permitir que provedores de conteúdo decidam qual material o Google pode usar para seus próprios serviços poderiam resolver o impasse competitivo.
"(As propostas do Google) não são um remédio. Elas são um aumento catastrófico do abuso", disse Raff em coletiva de imprensa.
O diretor de legislação competitiva da Microsoft, Jean-Yves Art, disse que a companhia norte-americana de software está particularmente preocupada quanto aos impedimentos contratuais do Google com anunciantes que dificultam que eles troquem para outras plataformas online.
"A proposta não cura ou elimina todas as restrições que nós e rivais vemos. Ainda há restrições que evitam que elas forneçam uma interoperabilidade", disse na coletiva de imprensa.
Representantes de jornais e editores de revistas na Europa, do site de viagens Expedia e uma série de outros queixosos da Alemanha e da Grã-Bretanha também estavam presentes no evento.
O porta-voz de Almunia Antoine Colombani se recusou a comentar. O porta-voz do Google Al Verney não respondeu imediatamente e-mails e ligações.