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MF Global demite 1.066 funcionários por e-mail

Empresa entrou em recuperação judicial após se envolver em operações malsucedidas de títulos europeus

Corretora MF Global (Getty Images / David McNew)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de novembro de 2011 às 20h02.

São Paulo - Na manhã desta sexta-feira, por volta das 11h00 da manhã (14h00 no horário de Brasília), os funcionários da corretora de commodities e futuros, MF Global, haviam sido chamados para uma reunião que selaria seus destinos na empresa. Antes de chegarem à sede da companhia, na área central de Manhattan, eles souberam pela imprensa e por um email enviado a todos os funcionários, que estavam demitidos - segundo informações apuradas pelo site de VEJA junto a um executivo ligado à empresa.

Em 31 de outubro, a companhia havia protocolado o Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos , algo similar a um pedido de concordata no Brasil, após anunciar uma exposição de 6,3 bilhões de dólares a operações com títulos europeus. A empresa também está sendo investigada pelo desvio de 633 milhões de dólares em dinheiro de clientes para dar como garantia de suas operações.

A história, no entanto, não é tão simples - e poderá resultar em uma longa briga judicial envolvendo o banco americano JP Morgan. O dinheiro desaparecido estava depositado na conta da corretora no banco JP Morgan, como forma de garantia para a venda de posições em títulos e ações. Segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA, os valores seriam retirados da conta da corretora assim que as posições fossem liquidadas e o dinheiro entrasse na conta - uma engenharia financeira duvidosa, mas mais comum do que se imagina entre operadores do mercado financeiro.

A MF Global enfrentava problemas e estava se desfazendo de algumas operações para conseguir fechar sua venda para outra companhia da Wall Street. No entanto, de acordo com informações de pessoas que participaram da operação, o banco JP Morgan teria utilizado esse valor - que era apenas uma garantia - como pagamento de débitos de transações anteriores.


O JP Morgan não só era parceiro da corretora em suas operações, como também era credor. Agora, ambos travarão uma briga judicial para definir quem irá arcar com os milhões perdidos. Pessoas próximas à empresa prevêem que a disputa dure, ao menos, cinco anos. "Eles fizeram com a MF Global o mesmo que fizeram com o Lehman Brothers, e ambos quebraram", afirma uma fonte ligada à empresa. O presidente da MF Global, Jon Corzine, ex-presidente do Goldman Sachs e ex-governador do estado de Nova Jersey, desapareceu da empresa há duas semanas, sem dizer nada. Pela imprensa, os funcionários souberam que Corzine havia se demitido. A holding MF Global ainda possui um quadro de mais de mil funcionários, mas que não estão relacionados com a área de corretagem.

Em 2008, dias antes de o banco americano quebrar e disparar a crise financeira, o JP Morgan foi acusado de ter se apropriado ilegalmente de bilhões de dólares do Lehman Brothers, que estavam depositados como garantia no banco de investimentos, e acabaram sendo usados pelo JP Morgan para cobrir dívidas. O JP Morgan também era parceiro e credor do banco falido. Na época, afirmou que sua ação foi legítima.

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São Paulo - Na manhã desta sexta-feira, por volta das 11h00 da manhã (14h00 no horário de Brasília), os funcionários da corretora de commodities e futuros, MF Global, haviam sido chamados para uma reunião que selaria seus destinos na empresa. Antes de chegarem à sede da companhia, na área central de Manhattan, eles souberam pela imprensa e por um email enviado a todos os funcionários, que estavam demitidos - segundo informações apuradas pelo site de VEJA junto a um executivo ligado à empresa.

Em 31 de outubro, a companhia havia protocolado o Capítulo 11 da lei de falências dos Estados Unidos , algo similar a um pedido de concordata no Brasil, após anunciar uma exposição de 6,3 bilhões de dólares a operações com títulos europeus. A empresa também está sendo investigada pelo desvio de 633 milhões de dólares em dinheiro de clientes para dar como garantia de suas operações.

A história, no entanto, não é tão simples - e poderá resultar em uma longa briga judicial envolvendo o banco americano JP Morgan. O dinheiro desaparecido estava depositado na conta da corretora no banco JP Morgan, como forma de garantia para a venda de posições em títulos e ações. Segundo fontes ouvidas pelo site de VEJA, os valores seriam retirados da conta da corretora assim que as posições fossem liquidadas e o dinheiro entrasse na conta - uma engenharia financeira duvidosa, mas mais comum do que se imagina entre operadores do mercado financeiro.

A MF Global enfrentava problemas e estava se desfazendo de algumas operações para conseguir fechar sua venda para outra companhia da Wall Street. No entanto, de acordo com informações de pessoas que participaram da operação, o banco JP Morgan teria utilizado esse valor - que era apenas uma garantia - como pagamento de débitos de transações anteriores.


O JP Morgan não só era parceiro da corretora em suas operações, como também era credor. Agora, ambos travarão uma briga judicial para definir quem irá arcar com os milhões perdidos. Pessoas próximas à empresa prevêem que a disputa dure, ao menos, cinco anos. "Eles fizeram com a MF Global o mesmo que fizeram com o Lehman Brothers, e ambos quebraram", afirma uma fonte ligada à empresa. O presidente da MF Global, Jon Corzine, ex-presidente do Goldman Sachs e ex-governador do estado de Nova Jersey, desapareceu da empresa há duas semanas, sem dizer nada. Pela imprensa, os funcionários souberam que Corzine havia se demitido. A holding MF Global ainda possui um quadro de mais de mil funcionários, mas que não estão relacionados com a área de corretagem.

Em 2008, dias antes de o banco americano quebrar e disparar a crise financeira, o JP Morgan foi acusado de ter se apropriado ilegalmente de bilhões de dólares do Lehman Brothers, que estavam depositados como garantia no banco de investimentos, e acabaram sendo usados pelo JP Morgan para cobrir dívidas. O JP Morgan também era parceiro e credor do banco falido. Na época, afirmou que sua ação foi legítima.

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