Negócios

Metalúrgicos da Volvo no Paraná entram em greve

Trabalhadores recusaram o reajuste salarial proposto pela montadora

Em nota, a Volvo informou que "se frustrou" com a decretação de greve e recusa da proposta de PLR (Douglas McFadd/Getty Images)

Em nota, a Volvo informou que "se frustrou" com a decretação de greve e recusa da proposta de PLR (Douglas McFadd/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 08h51.

Os cerca de seis mil trabalhadores da Volvo, instalada na Cidade Industrial de Curitiba, entraram em greve por tempo indeterminado na manhã desta terça-feira após recusarem proposta da empresa para a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e reajuste salarial. O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba aguardava contato da direção da Volvo com nova proposta para ser submetida aos trabalhadores em assembleia a ser realizada na manhã de quarta-feira (16).

A fabricante de ônibus, caminhões, motores, cabines e caixas de câmbio havia repetido a proposta apresentada na semana passada que prevê PLR de R$ 15 mil, abono de R$ 6 mil e aumento salarial real de 2,51%, que se incorporaria à correção pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC).

"Lamentamos a atitude da Volvo em manter a mesma proposta do ano passado", disse o presidente do sindicato, Sergio Butka. "Nós queremos o caminho do diálogo, mas a Volvo continua irredutível e opta pela direção contrária."

No ano passado, a PLR de R$ 15 mil foi bastante comemorada após três dias de paralisação, pois era a maior já conseguida pela categoria no Brasil. Para este ano, os trabalhadores pedem que seja de, no mínimo, R$ 18 mil. Em relação aos outros itens - abono, reajuste salarial e vale-mercado - o sindicato prefere que a discussão seja transferida para a data-base em setembro.

Em nota, a Volvo informou que "se frustrou" com a decretação de greve e recusa da proposta de PLR, "tradicionalmente o melhor e mais arrojado de toda a indústria automobilística". "A proposta de R$ 18 mil de PLR que está sendo imposta pela entidade é fora da realidade de mercado", afirmou.

Ela disse que se dispôs a conversar, mas reforçou que a oferta mínima feita pela montadora "já seria excelente, equilibrada e economicamente coerente". Se for levada em consideração apenas a PLR e o abono, a empresa sustentou que os trabalhadores com menores vencimentos receberiam o equivalente a mais 12,3 salários anuais.

De acordo com o sindicato, a Volvo do Brasil deixa de produzir oito ônibus, 40 caminhões leves e 68 caminhões pesados por dia. A produção é destinada ao mercado nacional e exportada para o Chile e México. Para embasar as reivindicações, o sindicato apresentou os dados da própria empresa, segundo os quais, no ano passado foram entregues no mercado mundial 115.345 caminhões, um aumento de 53% comparado com 2010. No Brasil, foram entregues 20.806 caminhões, evolução de 29% em relação ao ano anterior.

Acompanhe tudo sobre:EmpresasGrevesMontadorasPolítica no BrasilProtestosReajustes salariaisVolvo

Mais de Negócios

Empreendedorismo feminino cresce com a digitalização no Brasil

Quanto aumentou a fortuna dos 10 homens mais ricos do mundo desde 2000?

Esta marca brasileira faturou R$ 40 milhões com produtos para fumantes

Esse bilionário limpava carpetes e ganhava 3 dólares por dia – hoje sua empresa vale US$ 2,7bi