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Merck estuda pagar indenizações a usuários de Vioxx

Diante do aumento dos processos movidos por pacientes que tomaram o analgésico, laboratório já se dispõe a indenizar alguns casos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Em um movimento inesperado, mas significativo, o laboratório Merck mudou sua estratégia e já aceita indenizar alguns pacientes que consumiram Vioxx por períodos prolongados de tempo. A empresa sofre uma enxurrada de ações judiciais de pessoas que se declaram prejudicadas pelo uso do medicamento, um analgésico utilizado também para o tratamento de artrite. Estudos sugerem que o Vioxx pode aumentar o risco de ataques cardíacos e derrames.

Segundo o jornal americano The New York Times, cerca de 5 000 processos já foram abertos contra a Merck e os analistas esperam que outras dezenas de milhares de pessoas engrossem a disputa. Até agora, o laboratório afirmava que se defenderia de cada caso. O advogado geral da empresa, Kenneth Frazier, porém, afirma que a Merck poderá indenizar pacientes que consumiram o medicamento por muito tempo, desde que outros fatores de risco associados a doenças cardíacas como o sedentarismo sejam pequenos.

"O ponto é que cada uma dessas ações apresenta um conjunto particular de fatores de risco", diz Frazier. "Iremos estudar cada caso para tomar a decisão mais razoável." Segundo o advogado, a Merck não irá propor um acordo geral com todos os reclamantes.

A nova estratégia foi anunciada uma semana após a Merck ser condenada por uma corte do Texas a pagar 253 milhões de dólares a Carol Ernst, viúva de Robert Ernst. Em 2001, seu marido morreu após tomar o Vioxx durante oito meses. A pena é uma das maiores já aplicadas em um processo individual, embora a legislação do Texas a reduza automaticamente para 26 milhões de dólares e a Merck já tenha anunciado que recorrerá da decisão.

O temor do laboratório é que a vitória de Carol Ernst incentive outras pessoas a acionarem judicialmente a empresa. Os analistas de Wall Street e advogados especializados acreditam que a Merck pode enfrentar até 50 000 ações.

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