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Mercedes fecha maior contrato em 9 anos com Raízen

Entretanto, a encomenda não vai ajudar a reduzir significativamente a ociosidade da fábrica da marca alemã em São Bernardo do Campo

Mercedes-Benz: o valor do negócio não foi divulgado (Divulgação/Divulgação)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 25 de maio de 2017 às 18h16.

São Paulo - No maior contrato fechado pela montadora de veículos comerciais em nove anos, a Mercedes-Benz anunciou nesta quinta-feira, 25, a venda de 524 caminhões a frotistas que prestam serviços de transporte à produtora de etanol e açúcar Raízen .

Do total, 286 unidades do modelo Atego foram vendidas à locadora Borgato e serão usadas nas lavouras da Raízen em atividades de apoio à produção, como o transporte de produtos e materiais até os canaviais, operações de reboque e, até mesmo, combate a incêndios.

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Nesse caso, as entregas começaram no mês passado e vão até setembro.

Outras 238 unidades são caminhões extrapesados Axor, modelo capaz de carregar até 123 toneladas. Esses já foram entregues a um grupo de empresas que fazem o transporte de cana-de-açúcar para a Raízen.

O valor do negócio não foi divulgado. Embora os veículos tenham sido adquiridos por prestadores de serviços terceirizados, a negociação do contrato, que inclui ainda um plano de manutenção da frota, foi feita pela Raízen.

Segundo Roberto Leoncini, vice-presidente de vendas da Mercedes-Benz, a encomenda não vai ajudar a reduzir significativamente a ociosidade da fábrica da marca alemã em São Bernardo do Campo, já que o impacto é diluído ao longo dos meses de produção num parque industrial onde a empresa tem condições de montar 80 mil veículos por ano.

O executivo comemora, porém, que o pedido reforça a posição de liderança da montadora no segmento de extrapesados usados em operações fora de estrada (off-road) - como atividades do campo e de mineração -, onde a Mercedes tem participação de 66,4%, com 888 unidades entregues nos quatro primeiros meses do ano.

Leoncini diz que, tirando o contrato originado pela Raízen, os outros pedidos na carteira da montadora são menores.

Ele ressalta, contudo, que, em tempos de crise,qualquer encomenda de cinco a 15 caminhões já pode ser considerada um "grande negócio".

"Temos que capturar qualquer oportunidade que aparecer", afirma.

De janeiro a abril, as vendas de caminhões no Brasil, incluindo as demais fabricantes, caíram 24%, num total de 13,1 mil unidades, segundo número da Anfavea, entidade que representa as montadoras.

Apesar do desempenho negativo, Leoncini diz que ainda espera uma virada até o fim do ano, no embalo, principalmente, da renovação das frotas de empresas que fazem o transporte da safra recorde deste ano.

"Diferentemente do ano passado, quando houve um vale no transporte por conta da quebra de safra, vamos ter transporte de grãos de janeiro a janeiro.

Isso vai colocar os caminhões em operação de empresas que estão há dois anos sem renovar nada", comenta o executivo, para quem o mercado deve terminar 2017 com crescimento de 6% a 10% em relação aos pouco mais de 50 mil caminhões vendidos no País em 2016.

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