Avião da Meli Air: parte de um investimento de 4 bilhões de reais no Brasil (Vinicius Stasolla/DonVisual/Divulgação)
Denyse Godoy
Publicado em 3 de novembro de 2020 às 16h04.
Última atualização em 6 de novembro de 2020 às 16h44.
O Mercado Livre, maior grupo de tecnologia para comércio eletrônico e serviços financeiros da América Latina, agora tem uma frota própria de aviões no Brasil para entregar as compras feitas em seu site. A Meli Air é formada por quatro aeronaves operadas por diferentes companhias aéreas que vão ajudar o grupo a reduzir os prazos de envio dos pacotes no país, além de aumentar a capacidade de entregas para o dia seguinte nas compras de produtos armazenados em seus centros de distribuição de São Paulo e da Bahia.
"Queremos ter a melhor logística do Brasil e aumentar o número de entregas no dia seguinte. A ampliação consistente e robusta da nossa malha logística é decisiva para a manutenção da excelência do atendimento e satisfação do consumidor final – tanto vendedores quanto compradores da nossa plataforma", diz Leandro Bassoi, vice-presidente de Mercado Envios, braço logístico da gigante da tecnologia. "Além de melhorar a experiência de compra no Brasil, esperamos que a frota contribua para o aumento do reconhecimento visual da marca associado aos atributos de confiança e eficiência logística."
Esse é o mais recente investimento do Mercado Livre para ampliar sua rede logística no Brasil, o país mais populoso e rico da região. As aeronaves chegaram bem a tempo da BlackFriday, a sexta-feira de promoções que é a grande esperança do comércio local para tentar recuperar um pouco das perdas durante a pandemia do novo coronavírus.
Desde 2019, o Mercado Livre fez parcerias com companhias aéreas brasileiras. Durante a pandemia, ajudou a manter o setor de cargas vivo ao despachar grandes volumes de compras por via aérea. Em 2020, o Mercado Livre planeja investir no Brasil 4 bilhões de reais, o maior valor já gasto no país. Em 2021, esse montante deve ser ainda maior. Além da ampliação da frota própria de entregas, esses investimentos envolvem a instalação de novos centros de distribuição e cross-dockings, e o desenvolvimento de novas ferramentas para reduzir o tempo e o custo de entrega do marketplace.
Antes da crise, a previsão para o crescimento do comércio eletrônico brasileiro era de 18%. Esse número deve ser muito maior. Em só um semestre, o e-commerce brasileiro cresceu em níveis não vistos nos últimos 20 anos. Segundo pesquisa da Ebit/Nielsen, feita em parceria com a Elo, o faturamento com as vendas online subiu 47% no primeiro semestre, totalizando 38,8 bilhões de reais. Ao todo, foram feitos 90,8 milhões de pedidos entre janeiro e junho de 2020.
O pico do e-commerce aconteceu entre 5 de abril e 28 de junho, quando a maior parte das cidades brasileiras estava com medidas para conter a circulação de pessoas. Nesse intervalo, o número de pedidos cresceu 70% na comparação com 2019.