Negócios

"Médio escalão" permitiu voos da Lamia, diz vice-presidente

García Linera acrescentou que esses funcionários jamais comunicaram ao governo sobre a decisão de dar autorizações a essa companhia aérea

Lamia: os funcionários da DGAC usaram seus cargos para "negócios pessoais", cometendo um crime que "deu origem a um crime", afirmou (Reuters/Reuters)

Lamia: os funcionários da DGAC usaram seus cargos para "negócios pessoais", cometendo um crime que "deu origem a um crime", afirmou (Reuters/Reuters)

E

EFE

Publicado em 9 de dezembro de 2016 às 18h30.

Última atualização em 9 de dezembro de 2016 às 19h19.

La Paz - O vice-presidente da Bolívia, Álvaro García Linera, afirmou em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal "La Razón" que funcionários de médio escalão da Direção Geral de Aeronáutica Civil (DGAC) permitiram as operações da companhia aérea Lamia, cujo avião caiu na semana passada na Colômbia, o que causou a morte de 71 pessoas.

García Linera acrescentou que esses funcionários jamais comunicaram ao governo sobre a decisão de dar autorizações a essa companhia aérea porque sabiam que o pedido de autorização seria negado.

O político disse ainda que a decisão de dar as permissões à empresa foi um "ato de negligência, de desconhecimento das normas e de lidar de forma arbitrária com a capacidade de decisão do Estado", o que segundo ele "deve ser punido com prisão, sem proteger nem perdoar ninguém".

Os funcionários da DGAC usaram seus cargos para "negócios pessoais", cometendo um crime que "deu origem a um crime", afirmou.

García Linera relatou ao jornal que nem ele ou o presidente, Evo Morales, sabiam que existia uma quarta companhia aérea no país, cujo mercado de transporte aéreo sobretudo é dominado pela estatal Boliviana de Aviacion (BoA) e atendido por outras duas empresas privadas de pequeno porte.

Morales e outras autoridades usaram a aeronave da Lamia no mês passado durante um voo na Amazônia, mas as autoridades alegaram que não sabiam que era uma companhia aérea sem permissões.

A Lamia, que tem origem venezuelana, mas depois se transformou em uma empresa boliviana, segundo seus executivos, obteve em 21 de julho de 2015 um Certificado de Exploração de Serviços Aéreos para realizar voos fretados nacionais e internacionais.

Além disso, a Procuradoria Geral da Bolívia informou que o diretor nacional da Lamia, Gustavo Vargas Gamboa, solicitou em 2014 a permissão para importar o avião AVRO RJ 85 (o do acidente na semana passada) e a obteve de seu próprio filho, Gustavo Vargas Villegas, que era o Diretor do Registro Aeronáutico Nacional da DGAC.

Uma juíza ordenou na noite de quinta-feira a prisão preventiva de Vargas Gamboa, enquanto seu filho está detido a pedido do Ministério Público à espera de um audiência de medidas cautelares.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoBolíviaChapecoense

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia