McDonald’s vai reabrir em SP, mas com capacidade e cardápio menores
Reabertura dos salões, fechados há 100 dias, está prevista para 6 julho, data anunciada pelo governo de São Paulo para restaurantes e bares reabrirem
Estadão Conteúdo
Publicado em 30 de junho de 2020 às 12h24.
Última atualização em 30 de junho de 2020 às 12h26.
Maior rede de fast food do país, com 1.026 restaurantes que recebiam, em média, 2 milhões de clientes ao dia, o McDonald’s se prepara para a reabertura ao público com metade das mesas vetadas aos clientes para garantir o distanciamento social e cardápio com 30% menos opções em relação ao oferecido antes da pandemia da covid-19 .
A reabertura dos salões, fechados há exatos 100 dias, está prevista, em princípio, para 6 julho, data anunciada pelo governo de São Paulo para restaurantes e bares reabrirem as portas, ainda com restrições. A rede, contudo, afirma que seguirá as determinações da Prefeitura.
A cadeia de fast food retomará atividades em situação menos vulnerável do que outros estabelecimentos que, na quarentena, ficaram sem caixa. As vendas pelos sistemas drive-thru e delivery cresceram 50% e 150%, respectivamente, e deram ao grupo fôlego para enfrentar o período de fechamento.
"Sofremos do mesmo jeito que todos, tivemos dificuldade em pagar as contas, tivemos de renegociar com fornecedores, mas, com o drive-thru, o delivery e algumas lojas atendendo com venda para viagem conseguimos equilibrar as contas e em maio já estávamos estabilizados", diz Paulo Camargo, presidente da Arcos Dorados, franquia independente do McDonald’s e dona de 60% dos restaurantes no país. Os demais são de franqueados da empresa.
O grupo conseguiu manter a mão de obra aderindo à MP 936, que permite a suspensão de contratos e redução de jornada e salário. Dos 50 mil funcionários da rede, mais de 30 mil são contratados da Arcos. A manutenção do quadro vai depender da retomada dos negócios. A maioria teve jornada e salários reduzidos em 50%. O executivo também teve seu salário cortado à metade por seis meses.
No primeiro bimestre deste ano a rede registrou crescimento de 7,9% nas vendas ante igual período do ano passado. Aí veio a pandemia e os negócios despencaram 32,5% em março.
Com isso, o primeiro trimestre registrou queda de vendas de 6% em relação ao mesmo período de 2019. O Ebtida (lucro antes de impostos) recuou 31,6%. Globalmente, o McDonald’s teve queda de 17% no lucro líquido e de 6% na receita.
Em pesquisa feita pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), 62% dos empresários disseram que estão com dificuldades para repor estoques para a reabertura. Só no Estado de São Paulo 20% do setor - cerca de 50 mil estabelecimentos - encerram atividades.
Menos opções. Na quarentena O McDonald’s enxugou o cardápio em 30% e essa medida será mantida no retorno. Entre os itens indisponíveis estão Egg Cheese Bacon, Big Tasty Chicken Bacon e alguns sabores de bebidas. "A tradição de todo mês de lançar um produto, seja uma sobremesa, um sanduíche, um acompanhamento agora não faz muito sentido", diz Camargo. "É muito provável que o enxugamento vá até o último trimestre. Se até lá as coisas começarem a voltar ao normal a gente reativa esses produtos."
O McDonald’s vai seguir no Brasil protocolos adotados em outros países. As mesas só poderão ser ocupadas de forma intercaladas. Vai ter demarcação nos pisos para distância nas filas, barreiras acrílicas entre funcionário e cliente, maquininhas de pagamento serão higienizadas após cada uso, funcionários usarão máscaras e protetores faciais. Parte dessas medidas já são adotadas nos serviços de drive-thru e vendas para viagem.
O grupo também testa dispositivo em que a pessoa possa usar os pés para abrir as portas. Mesas e cadeiras serão higienizadas após a saída de cada cliente e o intervalo de limpeza do salão, antes a cada meia hora, ocorrerá a cada 15 minutos.
"No nosso planejamento, no último trimestre as coisas já devem estar melhor, embora num patamar ainda baixo, mas voltando a se normalizar", prevê Camargo. Ele acha que haverá mudanças no consumidor, muitos continuarão fazendo compras online, mas ele não acredita que o brasileiro vá mudar totalmente seus costumes.